Rafinha Bastos e Marcelo Marrom percorreram 20 cidades brasileiras, pesquisando, em cada uma, hábitos, anedotas, comportamento e o que mais pudesse abastecer um show de stand up local, ao final do dia, com plateia formada pelos habitantes do pedaço. Em cada município, os dois contaram com mais um convidado e, ao final da apresentação, o trio debatia entre si para eleger um vencedor do que, na verdade, era também uma competição. Essa é a essência do Tá Rindo de Quê, série em 20 episódios que põe Rafinha na grade do Multishow a partir desta segunda-feira, 16, às 23h30, de segunda a sexta.

O novo programa virá logo após o Tudo Pela Audiência, com Fábio Porchat e Tatá Werneck. Um ponto em comum entre os dois programas é a presença de Rosana Hermann, roteirista expert em criar ideias e scripts que se moldam à espontaneidade de seus “atores”.

“Não é um reality porque a gente não fica num hotel com câmeras ligadas, é um programa mesmo, com viagem, humor e competição”, conta Rafinha ao Estado. “O fato de o pior humorista da noite ter de pagar uma prenda na cidade, se vestir de bailarina ou invadir algum estabelecimento, dá um tom de competição”, completa.

A ideia de percorrer o País com stand ups criados a partir do comportamento regional, fala, surgiu antes mesmo do CQC, programa que estendeu sua fama da web para a TV, a partir de 2007. A produtora Floresta amplificou a proposta e deu no que deu: um programa com fôlego para ocupar uma hora da grade do Multishow. As câmeras capturam imagens do trio conversando com os moradores, o show e, o mais divertido, a crítica a quem está no palco feita pelos colegas que aguardam no camarim.

Rafinha diz que o trio foi bem-recebido em todas as cidades por onde passou. Não houve ocasião em que tivessem sido agredidos por objetos ou alimentos arremessados da plateia, mesmo considerando a máxima de que você pode falar mal de sua cidade ou de sua família, mas um “forasteiro” que vem debochar de seu terreno nunca é bem-vindo. “Também não somos burros de insistir em piadas que sentimos, de cara, que não agradam. Não fomos a Brasília para falar da política nem a Porto Alegre para fazer piada de gaúcho gay”, diz.

Porto Alegre, aliás, cidade natal do humorista, foi o município em que ele se sentiu mais confortável. Mas, muitas vezes, foi difícil buscar elementos para o stand up, em quatro ou cinco horas de peregrinação, em especial em municípios menores. “O que tem para se fazer num domingo à tarde em Paulínia? Nada! Não tem ninguém na rua.”

Além das já citadas, as cidades que compõem o mapa de Tá Rindo de Quê são Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Jaraguá do Sul e Joinville (SC), Recife (PE), João Pessoa (PB), Belém (PA), Goiânia (GO), Itaúna, Belo Horizonte e Nova Lima (MG), São Paulo, Santos, Americana e Ribeirão Preto, além de Vitória (ES).

No programa de estreia, Rafinha e Marrom recebem o humorista Maurício Meirelles no Mirante do Mangal das Garças, no centro histórico de Belém do Pará. Após o encontro, cada um segue sua rota: Rafinha conhece a gastronomia da Estação das Docas e prova iguarias típicas; Marrom visita uma redação de TV e pega dicas sobre a cidade com o apresentador de um telejornal; e Maurício visita o Mercado do Ver-o-Peso, onde conversa com feirantes e moradores. O trio então se encontra em um teatro, troca ideias e cada um faz sua apresentação individual e vem o veredicto da plateia. A prenda escolhida para o perdedor do dia é um suco preparado com as principais comidas típicas paraenses, como peixe frito, camarão e açaí.

Além de Meirelles, a série conta com participações de Rogério Morgado, Ben Ludmer, Bruna Louise, Jacaré Banguela, Luiz França, Nigel Goodman e Thiago Carmona.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.