A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) lamentou a decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) que deixará a judoca brasileira Rafaela Silva fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021. O tribunal internacional desportivo manteve a suspensão de dois anos, por doping.

“A Confederação Brasileira de Judô lamenta os efeitos da decisão proferida pela Corte Arbitral do Esporte no julgamento da atleta Rafaela Silva, confirmada, nesta segunda-feira”, diz a CBJ, em comunicado. “Rafaela é uma das maiores atletas do país, única judoca brasileira campeã mundial e olímpica, em carreira construída à base de muito suor, disciplina, coragem e, sobretudo, superação.”

Rafaela testou positivo em exame antidoping realizado durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, no ano passado. Ela foi punida pela Federação Internacional de Judô com gancho de dois anos, em janeiro deste ano. E recorreu à CAS, que julgou o caso em setembro, mas divulgou o resultado somente nesta segunda, mantendo a punição anterior.

A judoca foi punida porque seu exame realizado em Lima detectou a presença de um metabólito de fenoterol, remédio usado para tratar problemas respiratórios, como asma e pneumonia. Por ter efeito broncodilatador, o medicamento pode trazer benefícios na performance do atleta. O fenoterol é uma substância proibida pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) tanto durante quanto fora de competições.

A decisão acaba com qualquer chance de Rafaela Silva tentar defender em Tóquio a medalha de ouro conquistada no Rio-2016. Além disso, ela perde as medalhas conquistadas no Mundial de 2019 (bronze no individual e por equipes) e também a medalha de ouro que faturou no Pan de Lima, na categoria até 57kg.

No comunicado, a CBJ diz que Rafaela e o judô brasileiro “vão se levantar ainda mais fortes”. “Uma das principais lições que o nosso esporte ensina é aprender a cair, levantar e seguir. Rafaela Silva e o judô brasileiro levantarão ainda mais fortes. Juntos, estamos preparados para vencer as dificuldades.”