O fim de semana foi de conquistas, feitos históricos e decepções para o esporte olímpico brasileiro, faltando menos de dois meses para o início da Olimpíada de Paris-2024. O destaque individual foi Alison dos Santos, no atletismo, enquanto a seleção brasileira feminina de vôlei brilhou nos esportes coletivos, na Liga das Nações. A decepção coube ao boxe, que perdeu a chance de emplacar mais um classificado para os Jogos Olímpicos.

Em Estocolmo, na Suécia, Alison venceu os 400 metros com barreiras no domingo, confirmando o bom momento e o favoritismo na prova, válida pela Diamond League. Na quinta-feira passada, ele também havia obtido a medalha de ouro na prova, na etapa de Oslo, na Noruega. O brasileiro soma agora três vitórias seguidas na competição.

Na capital sueca, Piu, como é chamado, anotou o tempo de 47s02. Apesar da vitória, ele ficou abaixo do que fez na quinta, quando registrou sua melhor marca da temporada, com 46s63. Trata-se do melhor tempo da prova em todo o ano até agora. Em maio, o americano Rai Benjamin anotou 46s64. Deve ser o principal rival de Alison em Paris-2024.

O brasileiro vem dominando esta prova nos últimos anos. Tanto que ele tem três dos cinco melhores tempos da temporada até agora. Alison é uma das apostas de medalha para o Brasil na Olimpíada, candidato até mesmo ao ouro, em situação diferente da que viveu em Tóquio, em 2021, quando não estava entre os favoritos ao título olímpico.

Nos esportes coletivos, o destaque foi a seleção feminina de vôlei, que emplacou a oitava vitória consecutiva, um novo recorde da Liga das Nações. A equipe de José Roberto Guimarães ainda não perdeu na competição, considerada preparatória para a Olimpíada neste ano.

A grande campanha contrasta com as atuações e os resultados da seleção na Liga das Nações do ano passado. Na ocasião, o Brasil foi apenas o quarto colocado na primeira fase, longe de convencer. Acabou sendo eliminado logo nas quartas de final. Desta vez, o time nacional já começa forte, crescendo ao longo da competição, de olho no objetivo olímpico.

Em outras disputas coletivas, o País se destacou no feminino, tanto no futebol quanto no rúgbi sevens, modalidades em que o Brasil também está classificado para a Olimpíada. No futebol, goleada de 4 a 0 sobre a Jamaica, adversária de outro amistoso nesta terça-feira, com direito a dois gols de Marta.

No rúgbi, a seleção feminina bateu a Polônia por 38 a 7, no domingo, na etapa de Madri do Circuito Mundial. O resultado assegurou as brasileiras no Circuito Mundial da próxima temporada.

No tênis de mesa, destaque para a dupla formada por Guilherme Teodoro e Vitor Ishiy. Eles faturaram a medalha de prata no WTT Contender de Mendoza, na Argentina. Da dupla, apenas Ishiy está garantido em Paris-2024. Já Hugo Calderano, principal mesatenista do Brasil na atualidade e candidato a medalha olímpica, foi eliminado na semifinal no WTT Champions de Chongqing, na China, no domingo.

Já na canoagem slalom, Ana Sátila encerrou um jejum de quase cinco anos sem pódios em uma prova do caiaque individual. Classificada para Paris-2024, ela levou o bronze na etapa de Augsburg da Copa do Mundo, na Alemanha.

DECEPÇÃO

O Brasil não conseguiu aproveitar sua última chance de vaga olímpica no boxe. No sábado, Viviane Pereira foi superada pela nigeriana Patricia Mbata na segunda rodada da categoria até 75kg no Pré-Olímpico Bangcoc, na Tailândia. A atleta da Nigéria venceu por 4 a 1 em decisão dividida da arbitragem.

Antes de Viviane, o Brasil já havia sido eliminado em duas categorias do masculino. Cleisson Charles caiu na segunda rodada na categoria até 63,5kg, enquanto Wanderson de Oliveira, o Shuga, perdeu na terceira rodada até 71kg.

Com a queda de Viviane, o Brasil não estará completo no programa feminino do boxe, com cinco classificadas em seis categorias diferentes.