Convidado a dar seu testemunho sobre o cardeal d. Paulo Evaristo Arns na missa de sétimo dia, nesta quarta-feira, 21, na Catedral da Sé, o rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, cantou em hebraico versículos do Salmo 23.

“Javé é o meu pastor, nada me faltará. Em verdejantes pastagens me faz descansar (…)”, disse o rabino, representante da Confederação Israelense do Brasil (Conib) para o diálogo inter-religioso.

D. Paulo morreu no dia 14, aos 95 anos, em decorrência de uma broncopneumonia. Na missa de sétimo dia, a emoção voltou a tomar conta da Catedral, onde d. Paulo foi velado. O atual arcebispo de São Paulo, cardeal d. Odilo Scherer, presidiu a cerimônia e enalteceu a coragem demonstrada por d. Paulo em sua dedicação aos pobres e em defesa dos direitos humanos, durante o regime militar.

“D. Paulo teve uma vida cheia de fé e esperança”, disse o arcebispo, ao agradecer a Deus, “em nome do povo humilde, do povo pobre, que dele recebeu mais carinho”. “Ele nunca deixou se abater, conciliando esperança e vida”, acrescentou.

D. Odilo informou que nesta quarta foram celebradas missas de sétimo dia por d. Paulo em todas as paróquias, mais de 300, da Arquidiocese.

Também estiveram presentes o ex-ministro José Gregori, que foi presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese e colaborador próximo de d. Paulo. Em seu testemunho, afirmou que o cardeal “viveu os valores franciscanos contra o arbítrio”. Gregori contou que sempre encontrava o cardeal rezando na capela de sua casa, antes das reuniões da comissão.

Após a cerimônia, d. Odilo convidou bispos, padres e fiéis para descerem à cripta, que fica sob o altar-mor da Sé. Diante do túmulo, um dos 18 ocupados de um total de 30, o cardeal rezou o pai-nosso e uma ave-maria. No final, as pessoas cantaram “com minha Mãe estarei, na santa glória, um dia”, hino de esperança dirigido à Virgem Maria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.