O cinema encolheu — e isso não é outro efeito colateral do coronavírus. Chegou ao Brasil no início do mês o Quibi, serviço de streaming exclusivo para celular. São filmes e séries com, no máximo, dez minutos de duração. O formato atraiu grandes nomes de Hollywood como os diretores Steven Spielberg, Guillermo Del Toro e Sam Raimi, além de astros da categoria de Chris Rock, Zac Efron e Naomi Watts. O nome “Quibi” vem da junção das palavras “Quick” e “Bites” e significa algo como “mordidinhas rápidas”. O destaque vai para a série “Survive”, com Corey Hawkins e Sophie Turner, a Sansa Stark de “Games of Thrones”. Em episódios diários, a dupla tenta sobreviver a um desastre aéreo que a deixou isolada em uma montanha de neve. A única coisa que não é pequena no Quibi é o investimento: empresas como Disney, Sony Pictures e Warner Bros já colocaram R$ 9,2 bilhões na plataforma criada pelo ex-presidente da Disney e fundador da Dreamworks, Jeffrey Katzenberg, e Meg Whitman, do site eBay. Na primeira semana, o aplicativo foi baixado 1,7 milhão de vezes. No Brasil, o preço é salgado: a assinatura mensal custa R$ 32,90, mas é possível fazer um teste de três meses com acesso gratuito.

Nomes de peso no celular

Divulgação

O Quibi permite interações criativas e personalizadas com os usuários. A série de terror “After Dark” (Depois da Escuridão), de Steven Spielberg (foto), por exemplo, vai usar o horário do celular para garantir que os episódios sejam vistos apenas à noite. Em “Thanks a Million”, nomes como Jennifer Lopez e Kevin Hart criam uma corrente de doações que beneficia pessoas que ajudaram no início de suas carreiras. Há ainda reality shows e séries, a exemplo de “Fierce Queen”, onde a atriz Reesse Whiterspoon explora as fêmeas no mundo animal, e “Gayme Show”, no qual Matt Rogers e Dave Mizzoni apresentam desafios sobre o mundo LGBT.