Quer se livrar da enxaqueca? Dr. Paolo Rubez responde principais dúvidas sobre a cirurgia para a condição

Quer se livrar da enxaqueca? Dr. Paolo Rubez responde principais dúvidas sobre a cirurgia para a condição

Considerada uma das doenças mais incapacitantes do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca atinge 15% da população brasileira, aproximadamente 31 milhões de pessoas — que sofrem com crises que podem durar até 72 horas. Como exemplo recente, a influenciadora Virgínia Fonseca ganhou a mídia ao precisar ser internada devido às dores de cabeça intensas que vem sentindo durante a gravidez de sua segunda filha, originadas de uma enxaqueca refratária.

O médico-cirurgião Paolo Rubez, especialista em cirurgia de enxaqueca, explica que a dor oriunda desse tipo de cefaléia costuma ser mais incidente em mulheres (20%), que em homens (8%), e pode variar de moderadas a intensas.

“É um dos tipos mais comuns de dores de cabeça, mas que possui características muito específicas, sendo comumente unilaterais, pulsáteis e podendo ser acompanhadas de náuseas, vômitos e fono ou fotofobia”, destacou.

Apesar de relativamente comum, essa dor de cabeça incapacita o paciente e, por isso, necessita de investigação e tratamento. Na prática médica, há opções de tratamentos medicamentosos, por meio de profiláticos, quanto alternativas menos invasivas, como é o caso da acupuntura e da psicoterapia.

Quando optar pela cirurgia?

Quer se livrar da enxaqueca? Dr. Paolo Rubez responde principais dúvidas sobre a cirurgia para a condição

Medico-cirurgião Paolo Rubez é especialista em cirurgia de enxaqueca

Outra alternativa de tratamento é a cirurgia indicada para pacientes que têm enxaqueca crônica ou refratária aos tratamentos com fármacos. De acordo com o cirurgião Paolo Rubez, que é membro da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca (MSS), existem sete tipos diferentes de cirurgia para enxaqueca, que variam de acordo com os nervos a serem tratados.

“Essa cirurgia consiste na descompressão ou neurotomia de nervos periféricos, que são responsáveis pela sensibilidade da cabeça e pescoço. É importante que o paciente consiga identificar com clareza os locais em que sente as dores, sobretudo onde elas se iniciam, pois é desta forma que o cirurgião poderá saber quais nervos tratar”, destaca o especialista.

De acordo com Paolo Rubez — que estudou diretamente com o Dr. Bahman Guyuron, descobridor e desenvolvedor do tratamento — todos os sete tipos de cirurgias são superficiais e pouco invasivas, não sendo realizadas diretamente no cérebro. Caso o paciente tenha qualquer problema de saúde, como diabetes e hipertensão, isso não impede o procedimento, desde que a doença esteja controlada.

“A recuperação varia de acordo com o tipo de cirurgia que o paciente realizou. Enquanto nos procedimentos realizados com anestesia local, os pacientes podem retornar às atividades no dia seguinte, as cirurgias de enxaqueca que necessitam de anestesia geral demandam de sete a dez dias para recuperação. Independentemente do tipo da cirurgia, o pós-operatório apresenta um pouco de inchaço e roxo nos locais, mas não tende a ser doloroso”, tranquiliza o cirurgião Paolo Rubez.