União Europeia (UE) e Quênia assinaram nesta segunda-feira (19) um acordo comercial em Nairóbi, uma iniciativa estratégica para Bruxelas, que busca uma integração maior com a África diante da influência da China.

“Hoje é um momento de muito orgulho para o Quênia e acredito que um momento de muito orgulho para a União Europeia”, afirmou o ministro queniano do Comércio, Moses Kuria, durante a assinatura do acordo com o comissário europeu do Comércio, Valdis Dombrovskis.

O presidente queniano, William Ruto, também estava presente no momento da assinatura do Acordo de Associação Econômica UE-Quênia.

Uma vez ratificado e em vigor, o tratado comercial dará aos produtos quenianos acesso com isenção de impostos à UE, seu maior mercado e destino de quase 20% de suas exportações.

A maioria envolve produtos agrícolas, como chá, café, frutas e hortaliças, além de 70% de suas flores.

Em troca, o Quênia abrirá de forma gradual o seu mercado, mas com a exclusão de uma série de produtos considerados sensíveis, segundo fontes europeias. As importações de produtos europeus, como químicos e equipamentos, terão as tarifas reduzidas de maneira progressiva ao longo de 25 amos.

Ruto disse que os agricultores quenianos podem ficar “tranquilos com um mercado previsível” e um acordo que oferece oportunidades para ampliar o comércio.

Dombrovskis disse que as empresas da UE investiram mais de um bilhão de euros (5,3 bilhões de reais) no Quênia na última década e pretendem continuar fazendo negócios com o país africano.

“Com este acordo, contamos com a plataforma correta para fazer isto”, destacou.

O texto assinado nesta segunda-feira é o primeiro acordo comercial assinado entre a UE e um país africano desde 2016 e foi anunciado no momento em que a China investe em larga escala em projetos de infraestrutura no continente.

“O Acordo de Associação UE-Quênia vai estimular o comércio e abrirá novas oportunidades para trabalhadores, empresários e cidadãos”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Twitter.

Em um encontro com jornalistas antes da assinatura do acordo, Dombrovskis afirmou que a África é uma “região prioritária” para a UE. Também declarou esperar que a associação com o Quênia influencie o restante do continente.

O acordo assinado em Nairóbi concretiza em parte as negociações comerciais entre a UE e a Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês), iniciadas há quase uma década.

Em 2014, UE e EAC, então integrada por Quênia, Ruanda, Uganda, Burundi e Tanzânia, concluíram as negociações para um acordo de associação econômica, mas apenas Nairobi ratificou o texto.

Dombrovskis destacou que o acordo continua aberto a outros membros da Comunidade da África Oriental, que agora também inclui a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul.

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