Acabou na segunda-feira, 19, o prazo final para registro de candidaturas para concorrer à presidência nacional do PT. O resultado foi quatro nomes inscritos no PED (Processo de Eleição Direta) do partido.
Essa resolução era esperada, devido a diversidade de correntes existentes dentro da legenda. Quase houve um racha no CNB (Construindo um Novo Brasil), campo majoritário do partido, mas o prefeito de Maricá (RJ) e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, desistiu da disputa, e o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva acabou como o único candidato do grupo.
Quem são os concorrentes
Edinho Silva foi ministro-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social) durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016, além disso é considerado homem de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele também já ocupou o cargo de presidente nacional do PT entre 2009 e 2013, eleito com mais de 90% dos votos dos filiados. De 2011 a 2015, Edinho foi deputado estadual por São Paulo.
Outro ponto de destaque foi a coordenação da campanha presidencial de Lula durante o pleito de 2022 — do qual o petista saiu vitorioso contra Jair Messias Bolsonaro (PL).
Edinho Silva é formado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara, com mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Mineiro de Pitangui, Rui Goethe da Costa Falcão exerceu quatro mandatos como deputado estadual por São Paulo e, nos anos 2000, assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas precisou se licenciar para comandar a Secretaria de Governo da cidade de São Paulo, durante a administração de Marta Suplicy.
Dentro da legenda, ele foi escolhido para substituir o então presidente José Eduardo Dutra, que precisou se afastar da função por motivo de saúde, em 2011. No ano de 2013, Rui Falcão foi eleito presidente nacional da sigla, função que exerceu até 2017.
Para essa nova disputa, o jornalista e advogado ingressou na corrente Novo Rumo, que conta com o apoio de outras tendências internas como a Democracia Socialista, Avante, Diálogo, Ação Petista e Militância Socialista.
Romênio Pereira foi um dos fundadores do PT, em 1980, e atualmente possui o cargo de secretário de Relações Internacionais da legenda.
Ele é alinhado à corrente Movimento PT, que conta com o apoio dirigentes locais especialmente na região Norte do Brasil. O petista defende que o partido fortaleça sua atuação nos pequenos e médios municípios, não apenas no cenário nacional.
Por fim, Valter Pomar é formado em história e possui doutorado em história econômica pela USP (Universidade de São Paulo). O representante da corrente Articulação de Esquerda exerce atualmente a função de dirigente do PT e é bem-visto por grupos que defendem a volta para pautas socialistas e reformas estruturais.
Em entrevista ao site do PT, o postulante afirmou que a legenda não é somente ameaçada pelos “inimigos”, mas também por “insuficiências e erros ” internos.