O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 14, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, ser contra rótulos e que foi alçado ao posto de ministro da Fazenda por não estar apegado a dogmas. A entrevista foi gravada na sexta-feira, 11, e divulgada pelo canal de Reinaldo Azevedo nesta segunda-feira.

Haddad justificou que rótulos não ajudam a encontrar soluções e relatou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, justificou preferir que a Fazenda fosse ocupada por alguém que não fosse economista de formação em detrimento de um senso prático. “A pessoa que ocupa um cargo político tem de ter um senso prático, que a pessoa muito apegada a dogmas não terá”, afirmou.

Ele se definiu como um progressista de esquerda que não acredita em um Estado que deve ou que não se importa com a dívida. “Não consigo compreender quem se diz progressista e defende ponto de vista (de dívida)”, afirmou.

O ministro contextualizou que há situações em que se exige que o Estado faça déficit, como ocorreu na pandemia da covid-19 ou em uma situação de guerra. “No pós-pandemia, vai defender o que? Tem que começar a corrigir os abusos que foram cometidos no período eleitoral”, disse.

Ele reiterou que o País está em um momento de transição de um “coisa lunática” para outra “coisa civilizada”. “Fico feliz de ver que não há ataque especulativo contra o Brasil”, disse o ministro, citando o dólar abaixo de R$ 5.