O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, participou de mais uma live da IstoÉ no final da tarde da terça-feira, 21. Em entrevista ao diretor de redação da revista, Germano Oliveira, ele falou sobre as ações do governo no combate à pandemia da Codiv-19 – São Paulo tem mais de 422 mil infectados e contabiliza cerca de 20 mil mortos.

Garcia, na conversa, celebrou a aplicação hoje, na capital paulista, das primeiras 120 milhões de doses da CoronaVac, suficientes para imunizar 60 milhões de brasileiros (caso a eficácia do medicamento seja comprovada). A vacina é desenvolvida pelo grupo chinês Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, do governo estadual. “Um dia de esperança para o Brasil e para o mundo”, disse.

“É uma luz no fim do túnel. Nós hoje só temos uma vacina contra o coronavírus que é o distanciamento social, o uso de máscara e todos os cuidados que o brasileiro e o mundo já têm e aprenderam a ter. Esperamos que dê tudo certo com esses testes”, diz.

Para ele, a fase mais aguda da pandemia já passou na capital paulista, mas continua crescendo em um ritmo menos acelerado. “O grande esforço de um governo é fazer com que o sistema de saúde não entre em colapso, em que pessoas, infelizmente, morreram sem atendimento. Mas isso não acontece no Estado de São Paulo porque nós preparamos o sistema de saúde”, avalia.

Rodrigo Garcia afirma que muitos dos pacientes que hoje estão em tratamento do coronavírus em São Paulo são de outros estados. “São Paulo acaba sendo aí o Hospital do Brasil”, diz.

“A gente administra o sistema de saúde de maneira estadualizada, fazendo rodízio. É mais econômico, é mais inteligente usar o recurso público assim”, calcula. “Vencemos as batalhas contra o coronavírus. Ainda temos muitas batalhas pela frente, a guerra não acabou, mas é importante a gente registrar que o Estado de São Paulo é vencedor, infelizmente com muitas mortes. Diferentemente de muitos Estados brasileiros, conseguiu manter o sistema de saúde em pé e vai continuar assim até o final dessa guerra contra a epidemia.”

Aos 46 anos, advogado e empreendedor, Rodrigo Garcia, foi deputado estadual por três legislaturas consecutivas. Ele foi secretário municipal na gestão Gilberto Kassab (PSD) e secretário estadual de três pastas na gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Pelo caráter técnico e pela experiência na gestão pública, Garcia é “uma espécie de gerentão” do governo Dória.

Toda experiência acumulada em gestão garante a Garcia a autoridade para falar sobre a importância da organização e planejamento no combate à pandemia. “O grande desafio desses quatro meses diria que foi ampliar o sistema de saúde. É a primeira vez que a humanidade está passando por isso nos tempos modernos. Portanto, acho que foi essa base de conhecimento que São Paulo se apropriou e fez a gente acertar nas nossas medidas. Esse cenário foi importante para o planejamento do governo”, entende.

Para Garcia, a falta de uma articulação nacional e as falas do presidente são fatos negativos no enfrentamento ao vírus. “A guerra de narrativas [do governo federal] prejudicou muito o Brasil. Parte da população tem pouco acesso às informações e muitas delas deixaram se levar pelas palavras do nosso presidente. Deu muito trabalho, muita contestação e questionamento”, critica.

Sobre o cenário futuro, o vice-governador diz: “No final de uma pandemia sempre terá uma crise econômica. João Dória também adotou um caminho de menor custo social já que a crise econômica é inevitável. Preservar vidas, cuidar das pessoas e depois enfrentar a crise econômica com menos custo social”.

Na live, ele comenta o fato de o governo federal ter à frente do Ministério da Saúde um militar e a polêmica que envolveu o ministro do STF Gilmar Mendes sobre a militarização do governo Bolsonaro. “Na prática, quem nega o coronavírus apoia o genocídio. Essa é a lógica que Gilmar Mendes disse. Ele expressou uma lógica e todas as pessoas que têm um pouco de conhecimento do que estamos vivendo concorda com essa lógica tem como consequência a morte de milhares de brasileiros”, finaliza.