A diarista Helena Maria dos Anjos da Silva, de 64 anos, e o mestre de obras Valmir Pereira da Silva, de 76, morreram em um intervalo de três semanas vítimas da Covid-19 em São Paulo (SP). Helena morreu no dia 4 de abril e Valmir no dia 21 do mesmo mês.

A filha do casal, a professora Danuzia dos Anjos Pereira, de 31, contou ao Uol que o pai foi o primeiro a sentir os sintomas da doença. A piora no estado de saúde ocorreu no dia 15 de abril, data em que a vacinação contra a covid-19 havia começado para a faixa etária dele.

No entanto, Valmir não chegou a se vacinar. “É muito triste porque meu pai caiu doente no dia em que ele seria vacinado. Se fosse três semanas antes, não teria acontecido nesse nível. Ele poderia não ter pegado. Ou poderia ter pegado uma forma mais leve. A carga viral seria menor. Poderia ser que a minha mãe nem pegasse”, afirmou a filha do casal em um relato ao Uol.

De acordo com Danuzia, os pais sempre foram muito cuidadosos com as medidas de proteção contra o vírus e desabafou: “não era a hora deles”.

“Antes [dos pais morreram], eu via uma pessoa sem máscara, e pensava: ‘Olha que babaca. Não é para fazer isso’. Hoje em dia, as minhas reações são muito viscerais nesse sentido. Penso: ‘Olha que assassino’. Para mim, todo mundo que não usa máscara agora é um assassino em potencial”, disse Danuzia.

“Quando vejo uma pessoa sem máscara perto de outras, eu não consigo deixar de pensar que aquela pessoa não esteja matando pelo menos uma outra ali”, contou.

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“A questão da vacina dá mais raiva. Porque, de uma pessoa que não usa máscara, você não sabe o que tem por trás. Ela pode ter, por exemplo, uma educação muito falha. Ou a comunicação da importância da máscara não chegou a essa pessoa. Agora… vacina… 70 milhões de doses que não foram compradas, doses que poderiam ter imunizado os prioritários”, afirmou Danúzia, lembrando as notícias de que o presidente Jair Bolsonaro recusou ofertas da Pfizer que possibilitaria o início da vacinação ainda em dezembro de 2020.


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