Preso pela Polícia Federal desde que retornou ao Brasil – não sem antes tentar esconder o sobrenome da companhia aérea -, convenientemente “esquecendo” o aparelho celular nos Estados Unidos, o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança de Ibaneis Rocha, Anderson Torres optou por permanecer em silêncio durante depoimento prestado nesta quarta-feira (18/1) em Brasília – DF.

Uma prerrogativa constitucional garante ao investigado o direito de não produzir provas contra si. Seria cômico se não fosse trágico, mas o golpista em potencial socorre-se a quem antes desejava destruir: o Estado Democrático de Direito. É o que Torres e os terroristas que barbarizaram a capital, bem como seus gurus, incentivadores, apoiadores e financiadores, em maior ou menor grau de participação e culpa, tentaram fazer.

Essa gente esquisita se diz patriota, mas tenta aniquilar a pátria. Diz lutar pela liberdade, mas quer uma ditadura militar. Diz serem cristãos, mas adota a violência como política e o extermínio dos opositores. Sem falar nos criminosos (traficantes, assassinos e afins) que se dizem cidadãos de bem. Agora, presos, clamam por Justiça e, hahaha, direitos humanos, que antes chamavam de “direitos dos manos”.

Se a máxima “quem não deve não teme” é verdadeira, Anderson não tem qualquer motivo para não revelar à Justiça tudo o que sabe, tudo o que viu e ouviu, tudo o que fez como ministro e secretário e, principalmente, tudo o que deixou fazerem, inclusive, como parece ser o caso, conspiração contra a democracia, registrada em documento apreendido em sua casa pelas autoridades policiais.

Como temos visto, os bolsonaristas golpistas – sim, há bolsonaristas que não são golpistas – pensam e agem como aqueles que detestam (os tais comunistas), que pregam o socialismo para os outros, e o capitalismo para si. No caso dos bolsominions, eles querem os direitos da Constituição. Já para o resto do País, querem tiro, porrada e bomba. O agora presidiário Anderson Torres é a pura expressão do bolsonarismo.