O cantor e compositor mineiro Flávio Venturini participou da live da IstoÉ Gente na última sexta-feira (4).  O multi-instrumentista falou com o repórter  Rafael Ferreira sobre os bastidores do movimento do Clube da Esquina e relembrou sua passagem pelas banda mineira 14 Bis e O Terço.

Na live, o cantor dá uma palhinha de alguns de seus principais sucessos, como “Todo Azul do Mar” e “Espanhola”, e relembra sobre o início de sua carreira. “Quem me fez ser músico foram os Beatles”, conta.

O cantor disse que ganhou gosto pela música ainda criança, na antiga pensão que a mãe tinha, ouvindo um dos hóspedes que tocava piano. Da infância embalada pelo som em casa – “minha mãe cantava muito” -, passando pelas shows em bailes, a trajetória musical de Venturini foi crescendo até ele se integrar à fase áurea do grupo de rock carioca “O Terço’, em meados dos anos de 1970.

Natural de Belo Horizonte passou pelo movimento Clube da Esquina, liderado por Milton Nascimento, que na ocasião gravou um dos seus maiores sucessos, “Nascente”, um clássico da música brasileira com mais de 30 gravações, inclusive no exterior.

Flávio conta na entrevista que o nome do movimento, na verdade, foi dado pela mãe do Lô Borges. O “Clube” era uma turma de jovens, que moravam no bairro de Santa Tereza e que adoravam futebol, trocar ideias e tocar violão. Entre eles Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes e outros. “Quando bati no portão da casa do Lô, a mãe dele atendeu e falou que ele estava no “clube da esquina.” Mais tarde, boa parte daqueles jovens se tornaram músicos profissionais e ficou o nome do movimento. O Clube da Esquina é uma universidade da música”, diz.

Este ano, Flávio Venturini completa 45 anos de música, 24 discos gravados e três DVDs. Na entrevista, o cantor fala da fundação da banda “14 Bis”, em que ficou por oito anos e gravou oito discos. Em 1989, ele passou a se dedicar a carreira solo, marcada pelas canções “Espanhola”, “Todo Azul do mar”, “Noites com sol” e “Linda Juventude”, entre outras.  Além das melodias e harmonias elaboradas, o canto suave e o lirismo contundente num universo de suas belas canções, algumas ainda inéditas, Venturini destaca-se também nas produções de trilhas sonoras de filmes e novelas.

Na conversa com IstoÉ Gente, Venturini diz que tem um baú repleto de composições gravadas em fitas. Nos “mergulhos” entre arquivos musicais, ele tem apurado canções que estão no projeto “Paisagens sonoras”, que tem sido gravado paulatinamente por ele deste 2017. “A ideia é lançar três discos. O primeiro será apresentado até o Natal deste ano” , diz.

No repertório do novo disco, que deverá ter cerca de 13 músicas, ele conta com parcerias como Ana Carolina (Amanhecer em julho), Ronaldo Bastos (Cais de Belém, lançada em single em setembro de 2019), Nilson Chaves (Lua de Marajó, apresentada em single editado em janeiro deste ano de 2020), Luiz Carlos Sá (Parfait amour), Hugo Lacerda (Vi no teu olhar, música lançada em single em abril de 2019), Lívia Serafim (Bolero de você) e Edmar Gonçalves e Marcos Lupi (Em cima do tempo – Fragmentos para tecer o tempo, canção que ofereceu a primeira amostra do álbum em single editado em novembro de 2017), entre outros nomes. “Tenho que agradecer a Deus pelo dom de saber compor.”