Neste sábado, 26, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), ao afirmar que os países que fazem parte do bloco são os responsáveis pelas guerras no mundo, além de querer uma reforma.

“Quem faz a guerra são os países do Conselho de Segurança, quem produz armas são os países do Conselho de Segurança, quem vende arma são os países do Conselho de Segurança, então está errado.”

As declarações ocorreram em coletiva de imprensa cedida no último dia de visita do governo a Angola.

“O Conselho de Segurança, que deveria ser a segurança da paz e da tranquilidade, é o que faz a guerra sem conversar com ninguém. A Rússia vai para a Ucrânia sem discutir no Conselho de Segurança. Os Estados Unidos vão para o Iraque sem discutir no Conselho de Segurança. A França e a Inglaterra vão invadir a Líbia sem passar pelo Conselho de Segurança.”

Em outro ponto, Lula defendeu que mais países deveriam compor o conselho.

“Qual é a representação da África no Conselho de Segurança? Qual é a representação da Ásia, da América Latina? Deixamos claro que defendemos que o Brasil entre no Conselho de Segurança, a Índia, a Alemanha, o Japão. Há divergências, mas não são nossas.”

Para isso, o presidente brasileiro afirmou que a ONU deveria ter uma representação geográfica mais condizente com a realidade de hoje.

“Em 1948, a ONU conseguiu criar o Estado Israel. Em 2023, ela não consegue fazer cumprir a área reservada aos palestinos. Ela ficou enfraquecida. E, na questão climática, é mais grave. Em todas as COP (Conferências das Partes), nós decidimos muitas coisas, mas nenhuma delas é cumprida. Por que não é cumprida? Porque não há um Estado soberano. A ONU não tem força para dizer: ‘Isso aqui nós temos que cumprir, se não haverá determinadas ações para o Estado que não cumprir.”