Lutas e questões sociais são temáticas comuns no meio do futebol feminino. Seja racismo, homofobia, igualdade de gênero, entre outras discussões, a modalidade costuma ser aberta a essas discussões, contando com atletas que rotineiramente vem se posicionando sobre tais temas. Quando o assunto é identidade de gênero, a meio-campista Quinn talvez seja a pessoa que mais se expressa sobre a temática.

Primeira pessoa trans a disputar uma Copa do Mundo, Quinn é canadense. Meio-campista do clube americano OL Reign, Quinn se identifica como uma pessoa não binária, ou seja, alguém que não se entende dentro do gênero masculino ou feminino.

Quinn utiliza pronomes neutros para seu tratamento. Em inglês, os termos “they/them” costumam ser usados, enquanto no português muitas pessoas adotam o “elu/delu”. Titular do Canadá, Quinn também fez história ao ser a primeira pessoa trans a faturar uma medalha de ouro olímpica em 2021. A seleção canadense bateu a Suécia nos pênaltis na final de Tóquio e se sagrou campeã.

O interesse por esportes vem de família, com a mãe, Linda, e o pai, Bill, sendo atletas universitários nos EUA. Desde muito cedo, Quinn se destacou e fez parte das seleções de base canadense. A partir de 2014, passou a vestir o uniforme do time principal e participou de importantes conquistas, como o bronze no Rio, em 2016.

No seu Instagram, Quinn é vocal sobre a luta trans e faz importantes acenos a comunidade. No final de 2021, por exemplo, falou sobre sua experiência com a mastectomia, cirurgia de retirada dos seios. “A jornada de cada pessoa é diferente e, para mim, seguir o caminho da cirurgia afirmativa de gênero me trouxe conforto, confiança e alívio”.