Assessor de Guedes, Caio Mário Paes de Andrade deve assumir comando da estatal no lugar de José Ferreira Coelho, demitido após 40 dias no cargo. É a terceira troca do presidente da empresa anunciada no governo Bolsonaro.O Ministério de Minas e Energia divulgou na noite desta segunda-feira (23/05) uma nota oficial informando que o governo federal decidiu trocar o presidente da Petrobras, demitindo José Mauro Ferreira Coelho, que assumiu o cargo há 40 dias, em 14 de abril.

Para o lugar de Coelho foi indicado Caio Mário Paes de Andrade, atual secretário especial de Desburocratização do Ministério da Economia, que deve se tornar o quarto presidente da estatal no atual governo, sucedendo Ferreira Coelho, Roberto Castelo Branco e o general da reserva do Exército, Joaquim Silva e Luna.

Na nota, o ministério agradeceu a Ferreira Coelho pelos resultados alcançados pela Petrobras durante sua gestão à frente da estatal, mas destacou que o país “vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais”.

Segundo o ministério, diversos fatores geopolíticos impactaram o preço da gasolina, do diesel e dos componentes energéticos, e, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e da renda da população, é necessário fortalecer a capacidade de investimento no setor privado. “Trabalhar e contribuir para um cenário equilibrado na área energética é fundamental para a geração de valor da empresa, gerando benefícios para toda a sociedade”, diz a nota.

Paes de Andrade terá que ser aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras para o cargo de presidente. O governo tem maioria no conselho por ser o acionista majoritário da estatal.

Formado em comunicação social

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Paes de Andrade é formado em comunicação social pela Universidade Paulista, pós-graduado em administração e gestão pela Harvard University e mestre em administração de empresas pela Duke University.

Como secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, ele é responsável pela Plataforma GOV.BR e é membro do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA).

Entre 2019 e 2020, ele foi diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa pública de tecnologia de informação, que é responsável pela triagem dos cadastros do auxílio emergencial, por exemplo.

O executivo também liderou mais de 20 processos de fusões e aquisições e é fundador e conselheiro do Instituto Fazer Acontecer, entidade que trabalha na transformação social de crianças e adolescentes do semiárido baiano através de atividades esportivas.

“Reúne as qualificações necessárias”

O Ministério de Minas e Energia diz na nota que acredita que Paes de Andrade reúne as qualificações necessárias para assumir a presidência da Petrobras e superar os desafios da atual conjuntura, “promovendo o contínuo aprimoramento administrativo e o crescente desempenho da empresa, sem descuidar das responsabilidades de governança, ambiental e, especialmente, social da Petrobras”.

Esta não é a primeira vez que o Caio Paes de Andrade é cogitado para a chefia da Petrobras. Seu nome chegou a ser considerado para o cargo quando o general Joaquim Silva e Luna foi demitido. Mas o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, preferiu o economista Adriano Pires, argumentando que Paes de Andrade não possuía experiência na área.

Dias depois, Pires desistiu de assumir a presidência da Petrobras, e Paes de Andrade voltou a ser cotado pelo governo.

md/lf (EBC, ots)


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