O britânico Krishna Maharaj morreu no dia 5 de agosto após passar seus últimos 38 anos de vida preso na Flórida, nos Estados Unidos, condenado por um crime do qual ele era inocente. O idoso havia sido sentenciado pelo assassinato de dois homens em Miami que, na realidade, teriam sido mortos a mando do cartel de Pablo Escobar.

Apesar de ter sua inocência declarada por um juiz que avaliou o caso em 2019, uma lei americana não garantia a soltura de Maharaj e a Suprema Corte do país se recusou a julgar o processo. O britânico morreu no hospital do presídio em que estava recluso aos 85 anos de idade. As informações são do “The Guardian”.

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O advogado Clive Stafford Smith, que fez a defesa de Maharaj, conseguiu impedir que o britânico fosse condenado à morte, mas não conseguiu libertá-lo mesmo após fazer um apelo à Suprema Corte. “Foi nesse momento que eu falei a Krishna: ‘olha, isso é inútil. Precisamos transferi-lo de volta ao Reino Unido’”, explicou o homem.

A ideia era que Maharaj fosse mandado novamente ao seu país de origem, onde as autoridades provavelmente o libertariam, entretanto, a transferência pedida em abril ainda não havia sido respondida até a morte do britânico.

O britânico foi condenado pelo homicídio de seu ex-parceiro de negócios Derrick Moo Young e do filho da vítima, Duane. O morto estaria devendo dinheiro para Maharaj quando foi assassinado.

Entretanto, evidências que surgiram posteriormente apontaram que os Moo Young haviam roubado dinheiro do Cartel de Medellín, liderado por Pablo Escobar. Ex-membros da organização criminosa também relataram que a morte de pai e filho foram encomendadas e, em 2017, um ex-agente antidrogas dos EUA afirmou que assassinos do tráfico estavam hospedados no quarto oposto ao que as vítimas foram mortas.

Nos últimos anos, a saúde de Maharaj se deteriorou significativamente e o britânico desenvolveu diabetes, além de problemas cardíacos e renais.