Quem é o homem preso pela PF que demitiu funcionária após ela ganhar carro em sorteio

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O empresário Rodrigo Morgado ficou conhecido por polêmica envolvendo carro sorteado a funcionária e foi preso pela PF em operação contra o tráfico de drogas Foto: Reprodução/Redes Sociais

O empresário Rodrigo Morgado — que ficou conhecido por sortear um carro para uma funcionária em uma festa de fim de ano e tomar o veículo dela após demiti-la — foi preso nesta terça-feira, 29, durante uma ação da PF (Polícia Federal) contra o tráfico internacional de drogas. Agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito no litoral de São Paulo.

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De acordo com o programa “CNN Novo Dia”, da “CNN Brasil”, Morgado foi preso durante a Operação Narco Vela após agentes da PF encontrarem uma arma em um veículo do empresário. Também foram apreendidos carros de luxo como uma Ferrari e uma Lamborghini nos endereços do suspeito.

Morgado tem 45 mil seguidores nas redes sociais e divulga um curso chamado “O Destrave” vendido com valores entre R$ 299 e R$ 2.299 que promete levar carreiras profissionais a “um novo nível” e ensinar a como assumir papéis de “liderança”.

Em contato com a IstoÉ, a defesa do empresário reiterou que está analisando o conteúdo das investigações e o que originou a busca da PF. “Adiantamos que Rodrigo [Morgado] nega veementemente qualquer imputação criminosa que lhe recaia, o que será efetivamente comprovado em momento oportuno”, declarou.

Polêmica com carro de funcionária

O empresário é dono da Quadri Contabilidade, que ficou conhecida nas últimas semanas após uma funcionária alegar que ganhou um Jeep Compass 2017, anunciado pela companhia como valendo mais de R$ 100 mil, durante um sorteio realizado na festa de fim de ano da empresa, mas teve o veículo tomado pela companhia após ser demitida.

Larissa Amaral da Silva afirmou que o carro estava com sinistro, não tinha passado por revisão e apresentava problemas no motor. A ex-funcionária da Quadri Contabilidade relatou que precisava continuar na empresa por um ano e bater metas para que o veículo se tornasse dela de fato, mas foi demitida após questionar as condições do automóvel.

Quem é o homem preso pela PF que demitiu funcionária após ela ganhar carro em sorteio

Larissa Amaral da Silva alega que teve o carro tomado pela empresa de volta após ser demitida (Crédito: Reprodução/Redes Sociais)

“Pegaram o carro de volta e eu saí com um prejuízo de de R$ 10 mil por ter consertado algumas coisas [no veículo]”, declarou Larissa em uma publicação nas redes sociais.

Em comunicado publicado nas redes sociais, Morgado apontou que o carro era um incentivo à equipe e “nunca foi prometido como doação imediata nem entregue como propriedade definitiva”. “O veículo foi vistoriado antes da campanha e o único apontamento foi a necessidade da troca da bateria — o que foi prontamente feito pela empresa antes mesmo do sorteio”, pontuou.

“Após realizar o conserto por decisão própria, passaram-se três meses até que surgiu um novo problema. A colaboradora passou a pressionar a empresa para assumir os custos do conserto, o que contraria os termos contratuais”, declarou o empresário, acrescentando que Larissa foi demitida por “questões éticas e comportamentais”.

“Aguardamos o ingresso da ação judicial da ex-funcionária para que possamos discutir os fatos em vias judiciais”, concluiu.

Operação Narco Vela

A PF deflagrou nesta terça, 29, a Operação Narco Vela para reprimir tráfico internacional de drogas com o uso de veleiros e barcos que seguiam do Porto de Santos, litoral paulista, com destino à Europa e África. A investigação conta com ações do DEA (Drug Enforcement Agency), Marinha dos EUA, Guarda Civil Espanhola e Marinha Francesa.

A investigação teve início a partir de uma comunicação do DEA sobre a apreensão de 3 toneladas de cocaína em fevereiro de 2023, no interior do veleiro ‘Lobo IV’, em alto mar próximo ao continente africano, com abordagem da Marinha Americana. Na ocasião, foi preso Flávio Pontes Pereira.

Com base em informações enviadas pelo Drug Enforcement Agency (DEA), núcleo anti-drogas dos EUA, a Polícia Federal identificou a participação de Leandro Ricardo Cordasso, ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que ‘mantinha relação de afinidade com Rodrigo Felício, o ‘Tico’, e Levy Adriani Felício, o ‘Mais Velho’, ambos integrantes da facção.

O tráfico fazia uso de satélites e embarcações com autonomia para travessias oceânicas, inclusive veleiros. Mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares do estado de São Paulo dão cumprimento a quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 de busca e apreensão, em endereços de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Santa Catarina. Até agora, 23 investigados foram presos.

Além das prisões e buscas, a Justiça Federal também determinou o bloqueio e apreensão de bens até o valor de R$ 1,32 bilhão.

Outros carregamentos também foram interceptados em águas internacionais pela Guarda Civil Espanhola e Marinha Francesa.

*Com informações do Estadão