05/06/2024 - 11:01
O ex-policial militar José de Abreu Vidal Filho, de 29 anos, foi condenado a 275 anos de em agosto de 2023 pelo assassinato de 11 pessoas na região de Grande Messejana, em Fortaleza (CE), em 2015. O caso ficou conhecido como “Chacina do Curió”. Em 2018, ele viajou aos Estados Unidos e entrou com um pedido de asilo. Agora, ele acabou sendo indiciado por fraude no visto norte-americano.
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José teve o visto de visitante B2 concedido em 2017, cerca de 10 dias após a solicitação. No dia 30 de maio de 2018, ele viajou para Miami e, dois anos depois, entrou com pedido de asilo. Com isso, ele conseguiu ter direito a carteira de motorista, cartão de previdência social, documentos de viagem e autorização de emprego. Porém há suspeita de que ele tenha mentido nas duas ocasiões.
Além disso, ele não informou às autoridades norte-americanas sobre seu envolvimento na “Chacina do Curió”. José foi indiciado por duas acusações de fraude de visto, duas de perjúrio (falso juramento) e uma de falsificação e ocultação de fato relevante. No dia 29 de maio, José compareceu ao Tribunal Federal de Boston, onde foi preso. Está marcada para 5 de junho a sua audiência.
Quem é o ex-policial militar?
Ao ser questionado sobre a chacina, José de Abreu alegou que omitiu a informação porque na época não havia sido preso pelo caso. Em agosto de 2023, ele foi condenado a 275 anos e 11 meses de prisão, além de ter sua expulsão da Polícia Militar publicada no Diário Oficial do Estado do Ceará.
A “Chacina do Curió” ocorreu nos dias 11 e 12 de novembro de 2015, após o soldado Valtemberg Chaves Serpa ser morto ao reagir a um assalto contra a esposa dele, no bairro Lagoa Redonda, em Fortaleza.
Horas após a morte do soldado, policiais militares de plantão e de folga saíram às ruas de três bairros e mataram 11 pessoas por “vingança”. A maioria das vítimas não tinham envolvimento com a morte de Valtemberg, foram atingidas a esmo e eram adolescentes. Além disso, outras pessoas ficaram feridas.
Por conta da complexidade do caso, uma força-tarefa com 12 promotores foi montada para analisar a ocorrência. Os militares José de Abreu, Marcus Vinícius da Costa, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio foram condenados pelo ocorrido.