O Conclave se inicia nesta quarta-feira, 7, quando os cardeais escolherão o próximo papa. Entre os cotados para serem eleitos como pontífice está o cardeal brasileiro Leonardo Ulrich Steiner, de 74 anos, arcebispo da Arquidiocese de Manaus (AM), considerado de linha mais progressista.
Steiner nasceu em Forquilhinha (SC), sendo o 13º de 16 filhos de uma família católica de imigrantes de origem alemã. Depois de frequentar um seminário dirigido por padres franciscanos, sentiu sua vocação crescer e ingressou na ordem dos Frades Menores, sendo então ordenado sacerdote em 1978.
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Enquanto atuava como sacerdote, Steiner estudou teologia e filosofia, disciplina na qual obteve a licenciatura e o doutorado na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma. De 1995 a 2003, tornou-se professor e secretário da instituição.
De volta ao Brasil, em 2005, foi nomeado primeiro bispo prelado de São Félix e, seis anos depois, bispo titular de Tisiduo e auxiliar de Brasília. Durante oito anos ocupou o cargo de secretário-geral da Conferência Episcopal Brasileira.
Este foi o caminho que o levou a ser nomeado arcebispo metropolitano de Manaus, em 2019. Durante os anos da pandemia de Covid-19, diante do negacionismo do governo Bolsonaro, Steiner evitou o confronto verbal direto e confiou a resposta da Igreja às suas ações: “O trabalho que os católicos estão fazendo em Manaus, levando conforto e esperança aos moradores de rua, imigrantes e pobres, é fantástico”.
Na época, Francisco teve plena consciência do período muito complicado e entrou em contato com a comunidade de Manaus para encorajá-los e confortá-los. A partir de 27 de março de 2022, Steiner se tornou vice-presidente da conferência eclesial da Amazônia, território muito “caro” a Bergoglio.
Steiner se tornou cardeal em 2022, por vontade do pontífice. Considerado um fiel “guardião da Amazônia” e dos povos indígenas, alinhado com a abordagem ambientalista do papa Francisco, o arcebispo de Manaus defende as uniões civis e destaca o papel “fundamental” das mulheres, que devem estar cada vez mais envolvidas na Igreja.
Muitos parentes de Steiner se tornaram padres ou freiras: além dele, seu primo também era cardeal.