O discurso do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) na Câmara dos Deputados viralizou na internet na tarde desta quarta-feira, 8, e isso ocorreu após ele ironizar o feminismo e dizer que o lugar das mulheres está sendo “roubado” por “homens que se sentem mulheres”. O mineiro de 26 anos colocou uma peruca loura para ter o seu “lugar de fala” respeitado no Dia das Mulheres. O ato abriu debate sobre a possibilidade de Nikolas ter praticado transfobia e ter infringido o decoro parlamentar.

Natural de Minas Gerais, Nikolas Ferreira se tornou o deputado federal mais votado do País nas últimas eleições. Filiado ao PL, o jovem que recebeu quase 1,5 milhão de votos é apoiador de Bolsonaro e próximo dos filhos do ex-presidente. Essa aproximação, no entanto, não se restringe apenas à amizade. Durante a pandemia, o parlamentar seguiu a mesma linha do ex-chefe de estado e tentou revogar a lei que obrigava o uso de máscaras em espaços públicos em Belo Horizonte.

Nikolas é bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) e se descreve nas redes sociais como “cristão, conservador e defensor da família”. Nas redes sociais, o deputado já acumula quase nove milhões de seguidores. No ambiente virtual, tornou-se conhecido por falas polêmicas e de grande repercussão. Durante as eleições de outubro do ano passado, por exemplo, o parlamentar convocou jejuns e vigílias na tentativa de convencer fiéis indecisos ou eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a votarem em Bolsonaro.

Sua atuação na Câmara, até o momento, se restringe ao discurso voltado à família, religião e liberdade econômica. Antes de conquistar a cadeira no parlamento, o deputado já pleiteou uma vaga na prefeitura de Belo Horizonte e recebeu cerca de 30 mil votos para vereador. Durante seu mandato de vereador, Ferreira apresentou 13 projetos de lei, dentre eles, um contra a adoção da linguagem neutra.

Nesta quarta, 8, a bancada do PSOL na Câmara, em conjunto com parlamentares de outros partidos, entraram com uma representação no Conselho de Ética da Casa contra o deputado. Uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que o parlamentar cometeu crime de transfobia, também foi realizada.

Além dessa acusação, o deputado já acumula outras denúncias, uma na 5ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, por injúria racial contra a deputada Duda Salabert (PDT-MG), e outra no Ministério Público de Minas Gerais por expor vídeo de uma aluna trans no banheiro de uma escola do estado. Ambos os casos estão em andamento.

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