O procurador-geral da República, Paulo Gonet, demitiu Antônio Rios Palhares, conhecido como Niko Palhares, do cargo comissionado ligado à chefia de gabinete da PGR (Procuradoria-Geral da República) por ter disseminado notícias falsas e mensagens de teor golpista contra o STF (Supremo Tribunal Federal) por meio do WhatsApp.

Niko Palhares chegou à PGR em 2020 por ser bolsonarista e aliado do antigo PGR Augusto Aras. Apesar de estar ligado à chefia de gabinete, ele exercia funções na Secretaria de Segurança Institucional e tinha remuneração de R$ 5,2 mil. A sua exoneração foi publicada no Diário Oficial no dia 2 de janeiro.

O nome do agora ex-funcionário da PGR aparece nos relatórios da PF (Polícia Federal) sobre as investigações das milícias digitais. Ao analisar o celular do empresário Meyer Nigri, dono da empresa Tecnisa e investigado por participar de grupo no WhatsApp que defendia um golpe de Estado, a corporação teria encontrado diversos diálogos entre os dois com teor golpista.

Além disso, Palhares teria sido o responsável por intermediar encontros entre Nigri e integrantes da PGR.

Quem é Niko Palhares?

Antônio Rios Palhares, o Niko Palhares, ficou conhecido por ter sido um automobilista. Ele iniciou sua carreira no kart, categoria na qual ganhou seis títulos. Depois, entrou para Formula Ford e, em 1989, conquistou oito das 16 provas que realizou.

Em 1991, Palhares entrou para Formula 3 italiana e conquistou um pódio. No ano de 1992, consagrou-se como vice-campeão da mesma competição. Além disso, alcançou o quarto lugar no mundial japonês e encerrou a sua carreira no automobilismo em 1995, após participar da competição Indy Lights.

A PF constatou durante as investigações que Palhares integrava um grupo no WhatsApp em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e chegou a pedir ao empresário Meyer Nigri que enviasse mensagens do ex-mandatário para que repassasse aos seus contatos.

Além disso, Niko Palhares chegou a Nigri que o indicasse para um trabalho na campanha de Bolsonaro à reeleição, em 2022.