As polícias civis do Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina cumpriram mandados de busca e apreensão contra um grupo que promovia rifas ilegais e manipuladas nas redes sociais durante esta terça-feira, 20. Entre os acusados de participação está o influenciador Nélio Dgrazi, de Belo Horizonte (MG), que conta com mais de um milhão de seguidores no Instagram.
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Durante as investigações, as autoridades encontraram um iPhone banhado a ouro que pertence a um dos investigados. Ainda, foram apreendidos seis carros de luxo, munições e um comprimido de ecstasy na capital mineira.
Segundo as forças de segurança, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em diferentes cidades do Brasil, como Belo Horizonte (MG), Balneário Camboriú (SC), Itapema (SC) e Rio Branco do Sul (PR).
Foram levados pelas autoridades cinco carros de luxo, cotados em aproximadamente R$ 1,5 milhão, motocicletas esportivas, joias e documentos de transferências bancárias, apenas em Santa Catarina.
Quem é Nélio Dgrazi
Nélio Dgrazi acumula mais de um milhão de seguidores no Instagram e compartilha inúmeros vídeos fazendo manobras radicais com carros de luxo. Em seu perfil, o mineiro publica imagens das entregas que fez relacionadas a prêmios da rifas.
Nas redes sociais, Nélio Dgrazi compartilhou um vídeo informando que recebeu a visita de policiais em sua casa durante a manhã da terça-feira, 20, e colaborou com os investigadores. “Tudo ocorreu de uma forma tranquila”, pontuou.
Dgrazi ressaltou que os ganhadores das rifas estão com a localização onde os itens sorteados foram dados em seu perfil no Instagram. “Está lá para quem quiser conferir. Em questão disso, nós não temos nada a temer. Mais de 97% dos meus prêmios foram entregues pessoalmente”, declarou o influenciador, negando as acusações.
Ainda, o investigado afirmou que os bens levados dele são apenas materiais. “Trabalho tenta conquistar de volta e aprende a ficar sem, agora, o caráter de um homem não. O seu caráter você tem que lutar por ele até o seu último dia de vida”, reiterou. “Falar que eu estou aqui para enganar pessoas, rapaz, você ‘tá’ louco?”, disse.
Entenda o caso
De acordo com o delegado Gabriel Fontana, da Polícia Civil do Paraná, os suspeitos faziam rifas de carros de luxo e valores em espécie sem qualquer tipo de autorização, se aproveitando da visibilidade das redes sociais.
Nos sorteios, o comprador ganharia um número de 1 a 9.999.999, entretanto, na loteria federal, são utilizadas apenas cinco dezenas em composições que variam de 1 a 100.000. “Há fortes indícios de que tais rifas sejam fraudadas para que os valores nunca saiam de dentro do grupo criminoso”, pontuou o delegado.
Segundo Fontana, o imóvel onde um dos investigados mora, estimado em R$ 4 milhões, foi comprado com o dinheiro das rifas. “Esses indivíduos realizavam a lavagem desse capital por meio da compra de veículos de alto padrão com a posterior revenda, bem como a remessa desses valores a empresas em nome de parentes e familiares”, explicou a autoridade.
As investigações buscam identificar outros integrantes do grupo e os suspeitos podem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes contra a economia popular e pela contravenção penal de promoção de rifas ilegais.