Substituto de Ricardo Salles, que pediu exoneração na tarde desta quarta-feira (24), Joaquim Alvaro Pereira Leite é o novo ministro do Meio Ambiente nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O primeiro cargo do novo ministro na pasta foi exercido entre julho de 2019 e abril de 2020, no Departamento Florestal. No mesmo mês, ele assumiu a chefia da Secretaria de Florestas e Desenvolvimento Sustentável, que foi substituída em setembro do ano passado pela da Amazônia e Serviços Ambientais, onde estava até o momento.

Antes de ingressar no ministério do Meio Ambiente, Pereira Leite foi conselheiro por mais de 20 anos da Sociedade Rural Brasileira (SRB), uma das organizações que representam o setor agropecuário, entre 1996 e 2019. A entidade apoia a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), conhecida como “Bancada Ruralista” no Congresso, com mais de 200 deputados federais e senadores.

Pereira Leite é Formado em Administração de Empresas pela Universidade de Marília (Unimar-SP), com metrado no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper-SP).

O novo ministro do Meio Ambiente também atuou na iniciativa privada, como diretor operacional e coordenador de auditoria da MRPL Consultoria, diretor geral da empresa do ramo farmoquímico Neobrax, consultor administrativo da Suplicy Cafés Especiais, diretor da Lot Incorporações, e também proprietário administrador da Fazenda Alvorada, de produção de café.

Queda de Salles

Em decreto publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 23, o presidente Jair Bolsonaro exonerou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Segundo a publicação, a saída foi a pedido do, agora, ex-ministro.

Pressionado, Salles alegou motivos familiares para deixar o cargo. Sua gestão foi marcada por diversas polêmicas, incluindo a que envolve a reunião ministerial de 22 de abril de 2020. Na ocasião, ele sugeriu a Bolsonaro que o governo aproveitasse a pandemia do novo coronavírus para “ir passando a boiada”, ou seja, modificar as regras ambientais.

Atualmente, ele é alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma delas, o ministro é investigado por supostamente ter atrapalhado o inquérito sobre apreensão de madeira. No entanto, Salles nega ter cometido irregularidades.

No início deste mês, a ministra do STF Cármen Lúcia aceitou pedido pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para abertura de inquérito envolvendo Salles, o qual aponta a suspeita de prática dos crimes de advocacia administrativa, dificultar fiscalização ambiental e impedir ou embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

*Com informações do G1 e da CNN.