O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e seus assessores são alvos de uma operação da PF (Polícia Federal) nesta sexta-feira, 25. O político é investigado por desvio de cota parlamentar e falsificação de documentos para criação de Organização de Sociedade Civil de Interesse Público.

As autoridades cumprem 19 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília (DF), Cidade Ocidental (GO), Valparaíso de Goiás (GO), Aparecida de Goiânia (GO), e Goiânia (GO).

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O professor Gustavo Gayer Machado de Araújo, de 43 anos, foi eleito em 2022 como o segundo deputado federal mais votado de Goiás. O parlamentar ganhou destaque no apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com pautas da extrema-direita, acumulando polêmicas ao longo do período como membro do legislativo.

Em setembro de 2015, Gayer foi denunciado pelo Ministério Público por provocar um acidente de trânsito enquanto conduzia um veículo embriagado. Em 2000, o agora deputado também se envolveu em um sinistro que deixou dois mortos e uma terceira pessoa tetraplégica.

Em fevereiro de 2024, o deputado fez uma publicação irônica em que associou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao nazismo e ao terrorismo. Na imagem, o chefe de estado aparecia com uma bandana do Hamas e uma faixa da suástica no antebraço, além de ter o símbolo tatuado no rosto enquanto carrega uma arma de fogo.

No ano passado, Gayer declarou que a existência de ditaduras na África é resultado da “capacidade cognitiva” de africanos, alegando que o “Brasil está emburrecido” e “segue o mesmo caminho” dos países do continente.

O aliado de Bolsonaro também chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de “bunda mole”, “covarde” e “capacho” após o STF (Supremo Tribunal Federal) formar maioria para a liberação de porte pessoal de maconha.

Ainda, o deputado chamou o ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, de “analfabeto funcional” ou “completamente desonesto”, se tornando alvo de uma queixa-crime por injúria.

Operação contra Gayer

De acordo com um documento ao qual o site ISTOÉ teve acesso, a PF indica que Gayer supostamente utilizava cota parlamentar para alugar um espaço.

O texto apresenta indícios de que os secretários do deputado utilizavam o mesmo espaço físico como escola de inglês Gayer Language Institute, gabinete político de Gayer e local onde ocorria as atividades presenciais da empresa Loja Desfazueli.

Os valores mensalmente pagos por meio de cota parlamentar variam, desde fevereiro de 2023, de R$ 6.000,00 a R$ 6.500,00, aponta a polícia.

Em sua página no Instagram, o parlamentar confirmou que foi acordado com a porta de sua casa sendo esmurrada por agentes federais, “sofri busca e apreensão da Polícia Federal a mando de Alexandre de Moraes”.

Ele ressalta que o inquérito está sob sigilo e foi aberto no dia 24 de setembro.

*Com informações do Estadão