O deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos/SP) discutiu com a jornalista Vera Magalhães após o encerramento do debate entre os candidatos ao governo de São Paulo, na madrugada desta quarta-feira (14). Ao questionar o contrato da profissional com a Fundação Padre Anchieta, o parlamentar hostilizou Vera e a chamou de “vergonha do jornalismo”.

Aos 28 anos, o parlamentar exerce seu primeiro mandato como deputado estadual e nas eleições deste ano concorre a uma vaga para deputado federal. No registro de candidatura, Douglas, que havia se declarado “branco” nas eleições de 2018, desta vez decidiu se declarar “preto”. Nas duas eleições, ele não declarou nenhum bem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Antes de entrar para a política, o jovem era ativista e líder da Direita Paulistana, que mudou de nome para Direita São Paulo e depois para Movimento Conservador. O grupo é contra o aborto, a legalização das drogas e a política de cotas e defende a revogação do Estatuto do Desarmamento e a diminuição da maioridade penal, entre outras pautas.

Em 2018, o Ministério Público de São Paulo chegou a abrir uma investigação contra o grupo por apologia à tortura após a criação do bloco carnavalesco “Porão do Dops” – alusão ao Departamento de Ordem Política e Social, órgão da ditadura responsável pela repressão política, acusado pela Comissão Nacional da Verdade pela prática de tortura durante o regime. O bloco acabou proibido pela Justiça de sair às ruas.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Douglas foi eleito com mais de 74 mil votos. Durante a pandemia, ele se posicionou contra as medidas de isolamento social tomadas pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Neste ano, o Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o deputado estadual por conta da divulgação do ‘dossiê antifascista’ com quase mil páginas, com nomes, fotos e descrição de pessoas que participaram de atos pró-democracia e contra Bolsonaro.

O Tribunal de Justiça de São Paulo chegou a condenar Douglas Garcia em diversas ações por danos morais ajuizadas individualmente por pessoas citadas no documento.

O deputado estadual também é alvo de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga milícias digitais que fazem ataques à Corte nas redes sociais. A investigação mira empresários, políticos e influenciadores ligados ao presidente.