A vereadora de São Paulo Cris Monteiro (Novo) foi acusada de racismo após dizer que “mulher branca, bonita e rica” incomoda. Isso ocorreu durante votação do reajuste salarial de servidores municipais na Câmara de Vereadores de SP.
Durante discurso na tribuna, a parlamentar se dirigiu aos manifestantes que estavam no local e disse: “Eu escutei todos vocês calados (…) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês”.
“Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve”, completou. A sessão foi interrompida por 20 minutos após pedido da vereadora Luana Alves (PSOL), que classificou a fala como racista.
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Assim que foi retomada a sessão, a vereadora Cris Monteiro pediu desculpas. “Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso”.
Essa, no entanto, não foi a primeira polêmica em que a vereadora do Novo se envolveu. No ano de 2021, ela e a então parlamentar Janaína Lima, à época filiada do mesmo partido, estiveram no cerne de um caso de agressão.
O caso foi parar na Corregedoria da Casa, que recomendou a suspensão das funções legislativas de ambas, após a briga ocorrida no banheiro ao lado do Plenário, durante votação da reforma da Previdência. Porém, a ação disciplinar não avançou.
Representação contra a vereadora
Mesmo após a retratação, a vereadora do PSOL registrou uma representação contra Cris Monteiro na Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo.
Luana Alves afirma que a conduta da colega foi racista e representa uma grave afronta, além de flagrante quebra de decoro parlamentar. Por conta disso, a psolista solicita “uma penalidade” contra Monteiro, que pode inclusive resulta na cassação de mandato.
“Ao destacar sua branquitude, beleza e riqueza como elementos de superioridade e motivo de incômodo diante da fala de uma vereadora negra, a parlamentar expressa uma estrutura de poder racializada, que reforça estereótipos discriminatórios e hierarquias raciais, incitando a desvalorização do lugar de fala da mulher negra no espaço público”, disse a representação da vereadora.