SANDRA O’CONNOR Primeira mulher a estar na Corte. Foi indicada pelo republicano Ronald Reagan, em 1981 (Crédito:Divulgação)

O presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, tomou uma decisão histórica: indicou para a Suprema Corte norte-americana a primeira mulher negra, que é, ao mesmo tempo, a primeira ex-defensora pública que poderá chegar ao tribunal após a anuência do Congresso – como ocorre no Brasil, a sabatina dos parlamentares tem caráter homologatório. No tradicional Discurso sobre o Estado da União, na terça-feira 1, Biden pediu a aprovação de seu nome. Trata-se da juíza Ketanji Brown Jackson, de 51 anos de idade, conhecida no país por suas decisões e sentenças ponderadas, nas quais procura sempre mensurar o impacto que elas terão sobre os familiares dos réus e também na sociedade americana em geral. Faz isso, claro, sem se afastar daquilo que é fixado pelos códigos. Antes de se tornar magistrada, Ketanji integrou a defensoria pública, defendendo gratuitamente pessoas pobres. Ela significará um marco histórico nos 233 anos de existência da Suprema Corte. Sua posse está agendada para outubro, substituindo o também juiz progressista Stephen Breyer, que se aposentará. O tribunal seguirá formado por seis magistrados conservadores e três liberais. Ketanji tem um tio condenado à prisão perpétua por tráfico de drogas, outros dois que são policiais e um irmão que pertence ao Exército. Ela sempre afirmou que, na vida, teve como inspiração o seu pai (“estudava livros de direito na mesa da cozinha”) e Constance Motley, a primeira negra nomeada juíza federal, em meados da década de 1960, época em que os movimentos favoráveis aos direitos civis e à democracia racial ganharam força nos EUA.

THURGOOD MARSHALL Primeiro negro a integrar a Suprema Corte. Foi indicado pelo democrata Lyndon Johnson, em 1967 (Crédito:AP Photo)

“Compartilho com Constance Motley (primeira negra a ser nomeada juíza federal) o compromisso firme e corajoso pela igualdade na Justiça perante a lei. (…) Espero que meu amor pela Constituição sobre a qual essa grande nação foi criada (…) inspire futuras gerações de americanas e de americanos” Ketanji Brown Jackson, juíza indicada para a Suprema Corte

Guerra
Putin derrete em cera

PARIS Funcionário do Museu de Grévin remove estátua de Putin: ele e seus colegas não gostam do presidente russo (Crédito:JULIEN DE ROSA)

Em protesto contra a invasão da Ucrânia, museus de cera resolveram retirar esculturas que representam o presidente da Rússia, Vladimir Putin. No Brasil, duas salas administradas pelo Grupo Dreams, uma localizada na cidade turística de Gramado, no Rio Grande do Sul, e outra em Olímpia, no interior paulista, removeram as estátuas de Putin do espaço chamado Sala dos Presidentes – nela estão, entre outras, reproduções de Barack Obama, Donald Trump e do ditador norte-coreano Kim Jong-un. Segundo a direção do museu de Olímpia, a decisão deve pemanecer até o final do conflito. Na França, o Museu Grévin, em Paris, um dos mais famosos em todo o mundo, também tinha o seu Putin em cera – “tinha”, de fato, é a melhor expressão: Putin foi expulso, seguindo o mesmo destino que teve em outros locais. Os responsáveis pelo Grévin esclareceram que a peça sofreu diversos ataques de visitantes e que os funcionários se recusaram a restaurá-la porque não gostam nem um pouco de Putin. Tanto é assim que, para o lugar do presidente russo, vai agora uma reprodução de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia.

MEIO AMBIENTE
Mudanças climáticas já prejudicam 3,3 bilhões de pessoas no mundo

DEGELO A temperatura da Terra aumentou em média 1,1ºC: catástrofes anunciadas para os próximos anos (Crédito: Hannibal Hanschke )

O novo Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima foi lançado pela ONU na semana passada. Segundo o estudo, cerca de 3,3 bilhões de pessoas em todo o mundo já estão vulneráveis aos efeitos de tais alterações climáticas – relacionam-se a elas problemas de saúde, carências na alimentação, economia de nações em declínio e desorganização na infraestrutura de cidades. Os impactos se fazem sentir em todas as regiões do planeta, com o atual aquecimento da Terra na média 1,1ºC – causa e, ao mesmo tempo, consequência do contínuo processo de degelo. O relatório prevê a inevitabilidade de períodos de avassaladoras secas e de grandes e destrutivas enchentes, citando nesse ponto a região Nordeste do Brasil. O trabalho reuniu pareceres de 270 cientistas.