A piloto brasileira Juliana Turchetti, de 45 anos, morreu na tarde desta quarta-feira, 10, durante uma operação de combate a um incêndio florestal em Helena, em Montana, nos EUA, durante a tarde da quarta-feira, 10. A mulher era originária de Contagem (MG) – cidade que fica na região metropolitana de Belo Horizonte (MG) – e vivia fora do País desde 2018.

De acordo com o Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), Juliana morreu durante uma manobra intitulada de scooping, em que o piloto deve pousar um avião em um lago para captar água e decolar novamente. Testemunhas relataram que a aeronave Fire Boss, adaptada para combate a incêndios, conduzida pela brasileira colidiu com algum objeto, se despedaçou e afundou. O corpo da piloto foi encontrado posteriormente.

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Nascida em Contagem, Juliana desde a infância desejava conduzir aviões, mas começou como comissária de bordo. Segundo o Sindag, a mulher iniciou a carreira em 2007 como instrutora de voo, escalando para copiloto e piloto em aeronaves Boeing 727 e 737. A brasileira optou por entrar na aviação agrícola em 2013. Em 2017, a mineira foi a primeira participante do programa “Quem quer ser um milionário?”, da TV Globo, arrecadando R$ 5 mil.

Um ano depois, a brasileira se mudou para os Estados Unidos, passando a exercer sua função em áreas rurais do país. Em 2021, Juliana participou de um vídeo comemorativo da NAAA (Associação Nacional de Aviação Agrícola dos Estados Unidos – em tradução) em celebração aos 100 anos da aviação agrícola no mundo.

Posteriormente, a piloto inaugurou a Aviatori Coffee House, uma cafeteria temática de aviação que oferecia produtos brasileiros na cidade de Springfield, em Illinois. O estabelecimento foi considerado pelo “Illinois Times” como o melhor novo negócio da cidade.

Em fevereiro deste ano, Juliana se tornou a primeira brasileira a pilotar um Fire Boss, uma versão preparada para combate a incêndios da maior aeronave agrícola do mundo, durante um treinamento. No dia 4 de julho, a mulher passou pela sua primeira operação em combate a incêndios no estado de Washington, na costa oeste americana.

Em sua última postagem no Facebook, feita no Dia Internacional dos Bombeiros, a mulher escreveu a legenda: “Não é só um trabalho, é um chamado”.

Relembre o acidente

A informação do acidente foi divulgada pelo Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), que manifestou pesar pela perda da profissional, considerada um “exemplo de força feminina no setor”. “Juliana seguirá sendo um exemplo da determinação para dezenas de jovens que todos os anos lutam para se formar e se especializar em escolas de aviação de todo o Brasil”, pontuou a organização.

Segundo o sindicato, Juliana morreu enquanto realizava uma manobra chamada de scooping com o Fire Boss, aeronave agrícola adaptada para operações de combate a incêndio. No processo, a piloto deveria pousar o avião em um lago para coletar água e decolar, entretanto, testemunhas apontaram que o equipamento colidiu em algum objeto, se despedaçou e afundou.

Três aeronaves trabalhavam na área em uma tentativa de combater o fogo que se alastrava pela região conhecida como Horse Gulch, próxima a uma represa no Rio Missouri. O corpo da brasileira foi encontrado por volta das 17h no horário local por equipes de voluntários dos condados de Lewis e Clark.

Em nota conjunta, os governadores dos estados de Montana, Greg Gianforte, e de Idaho, Brad Little, lamentaram a morte da piloto. “É um verdadeiro ato de bravura correr em direção ao fogo. Nós nos juntamos a todos os habitantes de Montana e Idaho em oração pela família e amigos da heroína durante este momento trágico”, pontuaram os políticos.