Rita fala mais sobre o álbum que sedimentou sua parceria com Roberto de Carvalho:

Quando o álbum saiu, alguns a chamaram de vendida. Será que dá para entender, 40 anos depois, o que eles queriam dizer?

Sempre vão existir as tais ‘viúvas’ cobrando o defunto a voltar à vida – ou aquelas que fazem vodu quando um artista se casa. Na verdade, acho que quem comprou o sistema pop fui eu. Depois de minha parceria musical e amorosa com Roberto, meus horizontes se abriram e, por ser filha do tropicalismo, desfilei sem pudores por vários estilos.

Nelson Motta diz que Elis foi a voz mais rock and roll da MPB e você, a mais MPB do rock and roll. Você se inspirou em alguma cantora em especial?

Sou do tempo dos vozeirões e vozeironas. E por saber que nunca tive potência vocal, me inspirei um pouco em Nara Leão, que eu achava chiquérrima arrasando com voz miudinha e cheia de charme.

Por outro lado, minha figura física era magricela demais para me considerar cantora, então parti para ser uma figura andrógina, uma mulher que, se lhe desse na telha, podia ser homem também.

Você fez Baila Comigo depois de sonhar, não foi?

Acordei, peguei o violão e a fiz em cinco minutos. Às vezes, vêm pedaços de uma melodia, um verso de letra que por vezes esqueço, mas fico o dia cantarolando, buscando um sopro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.