A curva de casos de contaminação pelo novo coronavírus no Irã parece ter iniciado um declínio “gradual e lento”, segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira (6), mas Teerã alerta que a doença ainda está longe de ser controlada.

A COVID-19 causou 136 mortes nas últimas 24 horas, elevando o número oficial da epidemia no Irã para 3.739 vítimas fatais, disse o porta-voz do Ministério da Saúde, Kianuche Jahanpur, durante coletiva de imprensa diária realizada online.

Ao mesmo tempo, a República Islâmica registrou 2.274 novos casos de contaminação, disse Jahanpur, elevando o balanço oficial de casos a 60.500 pacientes.

Este número representa uma redução oficial no número de novos casos diários pelo sexto dia consecutivo, após o pico de 3.111 casos diários atingidos em 31 de março.

Segundo dados fornecidos pelos estados da região, o Irã é de longe o país mais afetado pela pandemia no Oriente Médio.

“Em razão da intensificação do plano de distanciamento social, estamos constatando um declínio gradual e lento no número de novos casos nos últimos dias”, disse o próprio Jahanpur.

Depois de pedir aos iranianos que continuem em casa, o presidente Hassan Rohani enfatizou nesta segunda-feira de manhã que se as recomendações de saúde “não forem levadas em conta”, o país pode “voltar a uma situação difícil”.

“Espero que o respeito mais forte possível dessas instruções (…) nos permita entrar na fase de controle da doença”, afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde.

Na tentativa de limitar a propagação da doença, as autoridades não impuseram confinamento, mas recorreram a outras restrições, como o fechamento da maioria das empresas consideradas não essenciais.

Rohani anunciou no domingo que as autoridades aprovaram a retomada de certas atividades econômicas, “passo a passo”, a partir de 11 de abril.

O governo anunciou que planeja gastar 1 trilhão de riais (5,5 bilhões de euros à taxa de câmbio de hoje) contra o coronavírus, ou cerca de 20% do orçamento do Estado previsto para o atual ano iraniano (iniciado em 20 de março).

Esse valor inclui o custo da crise para o setor da saúde, mas também medidas de apoio a empresas, como empréstimos a taxas preferenciais, e às classes menos favorecidas da população, na forma de subsídios.

No último sábado terminaram as duas semanas de férias do Ano-Novo persa, mas Teerã não retomou as atividades normais. As lojas permanecem fechadas e o tráfego é reduzido.

Na quinta-feira passada, o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, deu positivo para o coronavírus. Atualmente está em quarentena e sob tratamento.