O mês de outubro registrou a primeira queda da atividade econômica no Brasil desde a greve dos caminhoneiros, recuando 0,3% na comparação com o mês anterior segundo apurou o Monitor do PIB do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, no entanto, o PIB cresceu 1,7%, puxado principalmente pelo bom desempenho da agropecuária (12,6%).

Na comparação anual, também ajudaram o índice o setor de transportes (3,4%), serviços imobiliários (3,3%) e a extrativa mineral (3,0%). Na contramão do crescimento ficaram a construção (-0,6%), impostos (-0,4%) e serviços de informação (-0,2%).

O consumo das famílias ficou positivo em 1,6% no trimestre móvel terminado em outubro, puxado pela alta do consumo de serviços (2,0%) e de produtos duráveis (5,3%), com destaque para veículos.

“O consumo das famílias apresentou forte crescimento desde maio de 2017 até abril de 2018 sofrendo queda de maio de 2018 até julho quando voltou a se recuperar. Este resultado mostra claramente o impacto da greve dos caminhoneiros”, explica a FGV em nota.

A Força Bruta de Capital Fico (FBCF) voltou a ter impacto pelo alto valor da importação de plataformas registrado no trimestre móvel terminado em agosto (66,8%), registrando elevação de 4,3% na comparação com o mesmo trimestre de 2017. O componente máquinas e equipamentos nacionais cresceu 8,9% e os equipamentos importados tiveram expansão de 24,7%.

A exportação na média móvel trimestral terminada em outubro subiu 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para a venda externa de produtos da agropecuária (10,7%) e da indústria extrativa mineral (17,8%).

Os produtos industrializados apresentaram crescimento modesto de 0,7%, apesar das significativas retrações registradas na exportação dos bens de consumo não duráveis, de declínio de 9,2%, recuo de 6,0% em semiduráveis e retração de 22,1% em duráveis.

A importação também apresentou crescimento no trimestre terminado em outubro, com alta de 7,2% contra igual trimestre de 2017.

“Chama a atenção o desempenho positivo da importação de bens de capital (50,7%), de bens de consumo duráveis (35,9%) e de produtos da extrativa mineral (31,3%), sendo o crescimento deste último componente o maior desde o trimestre finalizado em outubro de 2013 (34,3%)”, informou a FGV, ressaltando que os únicos componentes da importação que caíram neste trimestre foram os bens intermediários (-0,4%) e a importação de serviços (-0,7%).

Em termos monetários, o PIB acumulado em 2018 até outubro, em valores correntes, alcançou a cifra estimada de R$ 5,630 trilhões, na comparação com R$ 5,196 trilhões registrado no acumulado até setembro.