São Paulo, 30 – O recuo do PIB da agropecuária, de 0,1%, na comparação entre o primeiro trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2018 já era esperada pelo setor, diz o analista de mercado da consultoria INTL FCStone, Victor Andrioli. “O resultado não foi nenhuma surpresa. Pelos levantamentos da safra de verão, já sabíamos que a produção não seria tão expressiva como foi a da temporada anterior”, afirmou Andrioli ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Segundo o analista, a principal contribuição negativa para o desempenho da produção agropecuária foi a quebra na colheita de soja, principal cultura agrícola do País, que foi prejudicada pelo clima adverso durante o desenvolvimento do grão.

“A menor produção de soja pesou sobre o PIB agro, enquanto a maior produção de milho compensou parcialmente o resultado. Se não fosse uma safra de milho robusta, o resultado teria sido ainda pior”, observou Andrioli.

Apesar do resultado negativo no primeiro trimestre, a FCStone mantém a estimativa de um leve crescimento no PIB da agropecuária de, no máximo, 0,5%, para o acumulado do ano.

“Ainda é preciso ser conservador nessa projeção. Temos que aguardar definições em questões como plano safra, disponibilidade de crédito, tabelamento do frete e conflitos comerciais, que são fatores muito importantes como definidores de expectativas para a produção agropecuária brasileira”, avaliou Andrioli.

Para os próximos trimestres, o analista espera uma contribuição positiva da pecuária sobre o indicador. “Considerando o cenário internacional e, principalmente, o avanço da peste suína africana pela Ásia, a pecuária brasileira pode ter um destaque positivo como uma alternativa no suprimento de proteína animal para o mundo”, acrescentou Andriolli.

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Entretanto, segundo o analista, ainda é necessário mais definições a respeito do setor, como o progresso de parcerias comerciais do Brasil com outros países.


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