A polícia indiana prendeu quatro homens acusados de obrigar duas mulheres a desfilarem nuas em meio a uma multidão em um estado do nordeste da Índia, onde meses de violência étnica deixaram pelo menos 120 mortos.

Os suspeitos foram identificados a partir de um vídeo do incidente, que ocorreu no início de maio e viralizou nas redes sociais na quarta-feira, causando indignação em todo o país.

“Quatro acusados foram detidos no caso do vídeo viral”, escreveu a polícia do estado de Manipur no Twitter na quinta-feira à noite. No vídeo, duas mulheres são vistas caminhando nuas por uma rua, vítimas de ridicularização e assédio por uma multidão.

O governo do estado, liderado pelo partido nacionalista hindu no poder Bharatiya Janata, impôs a suspensão da internet e destacou que a polícia tomou medidas assim que as imagens surgiram nas redes, mais de dois meses após o incidente.

O ministro-chefe de Manipur, N. Biren Singh, afirmou pelo Twitter que uma “investigação completa” está sendo realizada. “Garantiremos que medidas rigorosas sejam tomadas contra todos os autores, inclusive a possibilidade de pena de morte”, acrescentou.

A violência em maio irrompeu após uma marcha de protesto contra a possibilidade de a comunidade meitei, em sua maioria hindus, obter o status mais vantajoso de “tribo registrada”, que lhes garantiria cotas de emprego público e de admissão nas universidades.

Essa hipótese reacendeu antigos temores da tribo kuki, em geral cristã, de que os meitei possam adquirir terras em áreas atualmente reservadas a eles e a outros grupos tribais.

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