Quatro pessoas foram presas na Venezuela acusadas de oferecer vacinas contra a covid-19 de forma ilegal, em meio a uma alarmante onda do vírus no país, informou o Supremo Tribunal de Justiça nesta quinta-feira (15).

“Uma mulher e três homens (…) estavam vendendo duas vacinas contra a covid-19 por 280 dólares por meio da página do Marketplace” do Facebook, disse a corte em um comunicado. “Duas ampolas da suposta vacina” mais “34 frascos de brometo de rocurônio”, antibióticos injetáveis e ampolas de tramadol foram apreendidos.

O surgimento de um mercado ilícito de vacinas na Venezuela tem se tornado um assunto recorrente no país. Várias fontes apontaram o problema à AFP, citando “doses de 300 dólares” e “vacinas a 600”. No entanto, não foi possível confirmar essas alegações ou uma venda ilegal.

O país sul-americano registrou mais de 175 mil casos confirmados de covid-19, incluindo mais de 20 mil em março, e cerca de 1.800 mortes desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais. Esses balanços, porém, são tachados como “totalmente falsos” pela oposição, que denuncia o colapso do sistema de saúde venezuelano.

Os hospitais estão sobrecarregados e as vacinas estão chegando a conta-gotas no país em meio a um desastre econômico. A Venezuela iniciou uma campanha de imunização com as vacinas russas Sputnik V e do laboratório chinês Sinopharm, embora tenha recebido menos de 1 milhão de doses.

O governo socialista também anunciou que pagou pouco mais da metade do valor necessário para comprar 11,3 milhões de doses pelo mecanismo Covax, administrado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Nenhuma dessas vacinas chegou ao país.

Caracas afirma que as sanções econômicas, com o congelamento de ativos venezuelanos no exterior, atrasaram o processo, uma explicação que a oposição venezuelana classificou como “mentira”.

Enquanto isso, a Venezuela vai produzir uma vacina cubana contra o coronavírus – até dois milhões de doses por mês a partir de agosto -, prometeu no domingo o presidente Nicolás Maduro.