Quatro policiais foram detidos durante uma rebelião de prisioneiros que começou na segunda-feira em uma cela da Polícia Nacional da Venezuela no estado de Aragua, no centro-norte, informou a ONG Una Ventana a la Libertad (UVL) nesta terça-feira (18).

Os policiais, um deles uma mulher, foram feitos reféns quando faziam a contagem dos presos no Centro de Atenção aos Detentos da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), informou a UVL em comunicado à imprensa, no qual indicou que os detidos iniciaram o motim para denunciar os “abusos a que são submetidos”.

Três representantes do Ministério Público e uma comissão do Poder Judiciário foram ao local, mas passadas 24 horas “não foi alcançado um acordo para a libertação dos detidos”, disse a ONG.

As autoridades penitenciárias não se pronunciaram sobre o motim, embora circulem nas redes sociais vídeos do momento em que os policiais são amarrados.

Em outro vídeo, os detidos afirmam estar “garantindo a integridade do funcionário”, enquanto os policiais negam ter recebido qualquer tipo de agressão física.

Segundo a UVL, os presos se revoltaram porque os policiais pedem que eles paguem comissões para poderem receber alimentação, visitas familiares ou serem transferidos para o tribunal.

As condições de superlotação também aumentam o pedido dos presos para serem transferidos para o principal presídio de Aragua, conhecido como Tocorón. O controle de prisões superlotadas na Venezuela, um país com criminalidade desenfreada, muitas vezes escapa das autoridades, que mal regulam o acesso.

As prisões na Venezuela estão superlotadas em mais de 50%, de acordo com o Observatório Prisional Venezuelano (OVP).

ba/dga/dga/dd/aa