Quatro palestinos, incluindo o irmão de um homem acusado de executar um atentado em abril em Tel Aviv, morreram nesta quarta-feira em uma operação do exército israelense em Jenin, norte da Cisjordânia ocupada, informou o ministério palestino da Saúde.

A região virou cenário nos últimos meses de combates praticamente diários entre as tropas israelenses e homens armados palestinos.

O ministério da Saúde afirmou em um comunicado que quatro homens foram mortos por tiros disparados pelas forças israelenses durante a operação em Jenin, que também deixou 44 feridos.

Uma fonte da administração de Jenin afirmou à AFP que entre as vítimas fatais está Abed Hazem, irmão de Raad Hazem, acusado pela morte de três israelenses em um tiroteio em Tel Aviv em 7 de abril, e que foi morto pouco depois daquele ataque.

O exército israelense afirmou que suas tropas mataram “dois suspeitos envolvidos em uma série de ataques recentes”.

“Quando a casa dos dois suspeitos foi cercada, um artefato explosivo foi detonado e os suspeitos abriram fogo na direção das forças de segurança, que responderam (…) matando os dois suspeitos”, afirmou o exército israelense, confirmando que Abed Hazem era um dos mortos.

As forças israelenses procuravam Abed Hazem e seu pai, Fathi.

Desde março, 20 pessoas morreram em vários atentados contra Israel. Desde então, o exército do país intensificou as operações na Cisjordânia, território ocupado desde 1967 pelo Estado hebreu. As ações são frequentes em Nablus e Jenin, áreas de atividades de grupos armados palestinos.

As operações são muitas vezes acompanhadas de incidentes com a população local ou com combatentes e deixaram dezenas de mortos do lado palestino. Também resultaram na detenção de 1.500 pessoas, segundo o comandante do exército israelense, Aviv Kohavi.

Como reação à nova operação israelense, o porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeina, acusou Israel de “atentar contra a segurança e estabilidade ao prosseguir com uma política de escalada”.

De acordo com vários analistas, a proliferação de operações israelenses na Cisjordânia enfraquece ainda mais a Autoridade Palestina do presidente Mahmud Abbas.

Israel exige que as forças de segurança da Autoridade Palestina façam mais para reprimir os homens armados na Cisjordânia. O primeiro-ministro israelense Yair Lapid prometeu no início do mês que não hesitaria em “agir onde a Autoridade Palestina não mantém a ordem”.

As forças israelenses estão em alerta durante as grandes festas judaicas, que começaram no domingo com o Rosh Hashana, o Ano Novo judaico, e prosseguem até terça-feira com o Yom Kipur, o dia mais sagrado do calendário judaico.

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