Os líderes de quatro países da União Europeia expressaram preocupação nesta sexta-feira(5) à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre o envio da vacina da Johnson & Johnson aos Estados Unidos para concluir o processo de produção.
Em uma carta conjunta à Von der Leyen, os chefes de governo da Áustria, República Tcheca, Dinamarca e Grécia observaram que a Comissão deveria trabalhar para que o imunizante fosse produzido inteiramente na UE “para salvaguardar o abastecimento europeu”.
O alerta destacou o esforço da UE em garantir estoques de vacinas, apesar de um início vacilante do processo devido a atrasos nos cronogramas de entrega, principalmente pelo laboratório AstraZeneca.
Os quatro líderes elogiaram a pressão de Von der Leyen sobre a AstraZeneca, observando que, aparentemente, a empresa farmacêutica “agora entende a gravidade da situação”.
A Comissão e os países da UE devem “mitigar os problemas potenciais antes que eles surjam”, disseram eles, observando que o tempo agora é um fator “essencial”.
Eles também pediram a Von der Leyen para “manter a velocidade” nas negociações em andamento com dois outros fabricantes de vacinas candidatas, como Novavax e Valneva.
Atualmente, existem três vacinas licenciadas para uso nos Estados-membros da UE: AstraZeneca’s, Pfizer/ BioNTech’s e Moderna’s.
O problema com a vacina proposta pela Johnson & Johnson decorre de relatos de que algumas de suas doses fabricadas na Europa seriam enviadas aos Estados Unidos para os estágios finais de produção.
A preocupação dos líderes é se as autoridades americanas vão permitir que as doses retornem à UE. A Comissão Europeia encomendou 200 milhões de doses da vacina de dose única da Johnson & Johnson, com opção de mais 200 milhões.
Se a vacina for aprovada para uso na UE, o laboratório deve entregar 100 milhões de doses até junho. A Johnson & Johnson já pediu aos reguladores dos EUA que autorizem sua vacina.