Há um ditado jornalístico em inglês que diz: if it bleeds, it leads, algo como “com sangue, tem manchete”. A expressão sensacionalista batiza o novo livro de Stephen King, o mestre do terror. “Com Sangue” traz quatro histórias recheadas de elementos sobrenaturais e uma surpreendente ternura. Na trama inicial, a detetive Holly Gibney assiste à notícia de um atentado à bomba em uma escola e desconfia ao ver que o repórter, Chet Ondowsky, é sempre o primeiro a chegar nas cenas dos crimes — o enredo lembra até a história real de Wallace Souza, jornalista brasileiro que mandava matar inimigos para aumentar a audiência de seu programa — a série “Bandidos na TV”, sobre ele, está na Netflix. “O telefone do Sr. Harringan” retrata a amizade entre um garoto, Craig, e o idoso milionário para o qual ele foi contratado para ler. A singela narrativa se torna uma discussão sobre a diferença entre justiça e vingança. O conto “A vida de Chuck” é dividido em três atos, mas apresentados em ordem inversa: começa com o fim, a morte do protagonista aos 39 anos, e termina com o começo, sua infância em uma casa mal-assombrada. O livro termina com “Rato”, em que um escritor tem de decidir qual é o preço que está disposto a pagar pelo sucesso. O livro é ótimo: o reinado de King segue inabalável.

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O rei das adaptações

Stephen King é um dos escritores mais visuais da história. Poucos autores tiveram tantas obras adaptadas ao audiovisual, seja em formato de filmes ou séries. Agora não será diferente: as histórias de “Com sangue” irão para a tela. “Rato” teve os direitos comprados pelo ator Ben Stiller; “A vida de Chuck”, pelo diretor Darren Aronofsky. “O telefone do Sr. Harringan” foi comprado pelo produtor Ryan Murphy. O conto “Com sangue” ainda não foi negociado pois a história envolve a detetive Holly Gilbney, estrela da série “The Outsider”, na HBO e “Mr. Mercedes”, na plataforma Starzplay (foto).