Rosamaria tem sido um nome importante na seleção de José Roberto Guimarães. A catarinense de Nova Trento, cidade a pouco mais de uma hora de Florianópolis, substituiu muito bem a oposta Tandara, que teve a notícia de um teste antidoping positivo divulgada na última quinta. No torneio, a nova jogadora do Novara, time italiano comandado por Stefano Lavarini, técnico da Coreia do Sul nos Jogos de Tóquio, já marcou 40 pontos. Mas sua carreira nem sempre foi focada no esporte.

Filha de um casal de italianos, Rosamaria iniciou sua formação no vôlei aos nove anos de idade no time de sua cidade, o Nova Trento. Em 2010, ela esteve entre as integrantes da seleção brasileira infanto-juvenil que venceu o Campeonato Sul-Americano da categoria no Peru.

Embora o sucesso venha desde cedo, a oposta poderia ter se dedicado a outra profissão. No início de sua trajetória profissional, foi sondada por agências e marcas para trabalhar como modelo. Por conta de sua timidez, ela fez apenas alguns ensaios e desistiu da ideia. Decidiu seguir os passos da irmã mais velha e focar no vôlei.

Ainda bem para o Brasil, porque a história de Rosamaria no esporte é marcada por vitórias e performances decisivas. Depois do título em 2010, ela ainda conquistou mais três ouros, uma prata e uma bronze pelas categorias de base da seleção feminina.

Em 2015, esteve no grupo medalhista de prata no Jogos Pan-Americanos de Toronto e, dois anos depois, venceu o Sul-Americano disputado em Cali, na Colômbia. Pelo time principal, a catarinense ainda acumula dois ouros e duas pratas. Antes de disputar a última edição da Liga das Nações, em 2021, esteve fora da seleção por quase três anos.

Mas, quando seu nome foi anunciado entre as 12 que disputariam os Jogos Olímpicos de Tóquio, tudo mudou. Zé Roberto apostou na renovação do elenco e convocou Rosamaria como reserva, mas com um papel importante. Preteriu a duas vezes medalhista olímpica de ouro Sheila para chamar a nova contratação do Novara.

A levantadora Dani Lins e a central Adenízia também foram nomes experientes que ficaram de fora da convocação. Ana Cristina, de apenas 17 anos, e Roberta, levantadora do Osasco, foram escolhidas para o lugar das veteranas.

Nos primeiros jogos da Olimpíada, Rosamaria não teve muita chance. Tandara era a titular como oposta. Com as atuações espetaculares de Fernanda Garay e Gabi nas pontas, sobrava pouco espaço para a atleta de 27 anos contribuir em quadra. Aos poucos, ela foi ganhando oportunidades e provando porque merecia estar naquele grupo seleto. Quando o Brasil atingiu as fases mais agudas da competição, se destacou e foi peça fundamental para que a equipe chegasse na grande decisão.

Especialmente contra o Comitê Olímpico Russo, nas quartas de final, e contra a Coreia do Sul, na semifinal, Rosamaria impressionou pela sua força e determinação em quadra. Sem piedade das adversárias, virou várias bolas em momentos importantes e, quando acertou uma russa na cabeça, nem pensou em pedir desculpas. Foi capaz de substituir Tandara e seguir com o nível alto em quadra.