Um total de 77.847 crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos engravidaram no decorrer deste ano na Guatemala, segundo um relatório do Observatório Nacional de Saúde Sexual e Reprodutiva (Osar) publicado nesta terça-feira (29) pelo jornal “Prensa Libre”.

Entre essas jovens, 1.090 meninas entre 10 e 14 anos engravidaram vítimas de estupro, na maioria das vezes de familiares ou pessoas próximas, segundo a Secretaria contra a Violência Sexual, Exploração e Tráfico de Pessoas (SVET), citada pelo jornal.

Os dados são referentes ao período entre 1o de janeiro e 16 de setembro.

O Fundo de População da ONU (UNFPA) determinou que o custo para o país da gravidez de meninas e adolescentes é de cerca de 212 milhões de dólares por ano.

O UNFPA lamentou que apenas 2% das meninas que engravidam consigam chegar à universidade, quando a porcentagem de mulheres que têm acesso ao ensino superior na Guatemala é de 9%.

O estudo realizado pelo UNFPA denominado “Consequências socioeconômicas da gravidez na adolescência na Guatemala” revela que a baixa escolaridade dessas jovens grávidas abre uma brecha salarial de 30% em relação às mulheres que foram mães na idade adulta.

Além disso, Mirna Montenegro, do Osar, comentou que o confinamento por causa da pandemia aumentou a vulnerabilidade das crianças e adolescentes no país.