ROMA, 13 JUL (ANSA) – Pouco mais de 4,7 dos 60,8 milhões de italianos estavam vivendo em condição de pobreza absoluta em 2016, revelou um estudo apresentado pelo Instituto Italiano de Estatísticas (Istat) nesta quinta-feira (13). Em número de famílias, há quase 1,7 milhão na miséria.   

O número representa 7,9% da população e ficou estável na comparação com os últimos quatro anos, mas está bem acima do registrado em 2012, quando 5,6% dos italianos estavam nessas condições.   

Apesar da estabilidade dos últimos anos, quando é analisada a incidência da pobreza absoluta em famílias com três ou mais filhos, houve uma grande alta. Há dois anos, elas representavam 18,3% desse tipo de estrutura familiar contra 26,8% no ano passado.   

Houve também uma alta significativa na pobreza entre as pessoas menores de idade, que aumentaram de 10,9% em 2015 para 12,5% (1,292 milhão) em 2016.   

Já por regiões, a área central foi a que registrou o maior aumento de pessoas em pobreza absoluta, sendo 7,3% da população geral, e de famílias nessa situação, que representam 5,9%. Segundo o Istat, o fato ocorreu por conta da piora nas condições de vida daqueles que vivem fora das áreas metropolitanas, em pequenas cidades com até 50 mil habitantes.   

No entanto, o chamado “Mezzogiorno”, que representa o sul do país, ainda é o que mais tem pessoas nessas condições, com 8,5% da população atingida.   

Como ocorreu nos anos anteriores, a incidência da pobreza absoluta diminui conforme aumenta o grau de estudos de, ao menos, um membro da família. Ela fica em 8,2% para quem tem o ensino básico e cai para 4% quando há um diploma. Nos grupos familiares em que a principal renda vem de alguém definido como “operário”, a incidência da pobreza é o dobro (12,3%) daquelas famílias em que há alguém com cargo “mais complexo” (6,2%).   

Analisando por faixas etárias, como vem sendo registrado desde 2012, a relação é inversa quando se compara pobreza com idade.   

Nas famílias em que a pessoa de referência é alguém com mais de 60 anos, a miséria atinge 3,9% das unidades. Já naquelas que o responsável é alguém com menos de 35 anos, o número dispara para 10,4% – um valor que triplicou desde 2005.   

De acordo com a entidade, isso ocorre por conta do alto desemprego entre os mais jovens e pelos baixos salários daqueles que conseguem um trabalho. (ANSA)