Quase 400 prisões durante comemorações do Dia do Trabalho em Istambul

Quase 400 pessoas que participavam nas celebrações do Dia do Trabalho foram presas nesta quinta-feira (1º) em Istambul, onde uma parte da cidade ficou paralisada para impedir qualquer concentração na emblemática Praça Taksim, indicou uma associação de advogados.

Aproximadamente “384 indivíduos que se reuniram para organizar manifestações não autorizadas foram presos”, indicaram em um comunicado as autoridades da cidade.

No total, 52.656 policiais foram mobilizados “para garantir a paz e a segurança em Istambul”, acrescentaram.

Uma associação de advogados turcos havia informado horas antes que o número de presos passava de 400.

Jornalistas da AFP testemunharam várias dezenas de prisões nos bairros de Besiktas e Mecidiyekoy, no lado europeu da cidade, onde a polícia bloqueou as vias de acesso à Praça Taksim.

Com raras exceções, concentrações foram proibidas nesta vasta esplanada – cenário de grandes lutas pela democracia – desde que as manifestações iniciadas no vizinho Parque Gezi abalaram o governo em 2013.

Como nos anos anteriores, a polícia havia fechado o acesso à praça há vários dias.

A Anistia Internacional criticou na quarta-feira essas restrições e pediu às autoridades que as retirassem.

As autoridades autorizaram as manifestações em dois bairros da parte asiática de Istambul, convocadas pelos sindicatos. Cerca de 65.000 pessoas participaram delas, segundo as autoridades.

“Taksim tem que ser retirada desse regime opressivo”, disse em uma das manifestações Özgür Özel, lider do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), primeira força de oposição.

No final de março, ocorreu em Istambul uma série de protestos multitudinários, de caráter inédito desde 2013, após a prisão do prefeito da cidade, Ekrem Immamoglu, principal rival do presidente Recep Tayyip Erdogan.

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