Quase 170 ONGs pedem o fim do sistema de ajuda em Gaza apoiado pelos EUA

Quase 170 ONGs pediram, nesta terça-feira (1), para acabar com o sistema de distribuição de ajuda vigente em Gaza, apoiado por Israel e pelos Estados Unidos, que provocou a morte de centenas de palestinos, segundo o governo do Hamas na Faixa.

O território palestino está devastado após quase 21 meses de guerra entre o Exército israelense e o Hamas, em decorrência do ataque em grande escala que o movimento islamista palestino realizou em Israel em 7 de outubro de 2023.

Em seu texto, as ONGs denunciam o sistema de distribuição de ajuda atual, que desde o final de maio está sendo gerido pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), uma empresa de financiamento opaco apoiada por Israel e pelos Estados Unidos.

As organizações signatárias também exigem que seja reinstaurado o sistema que vigorava até março, quando a distribuição era responsabilidade de várias ONGs e agências da ONU.

“As ONG exigem uma ação imediata para colocar fim ao programa israelense de distribuição de ajuda em Gaza, que deixou numerosos mortos”, declararam em um comunicado conjunto.

A ONU e a maioria das ONGs que operam em Gaza se recusam a trabalhar com a GHF, cujos métodos e neutralidade questionam.

Em seu comunicado, as 169 ONGs afirmam que mais de 500 palestinos morreram e cerca de 4 mil ficaram feridos ao tentar acessar os pontos de ajuda humanitária gerenciados pela GHF em menos de quatro semanas.

O Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas, afirma que mais de 550 palestinos morreram nessas circunstâncias.

O Exército israelense reconheceu que abriu fogo contra palestinos perto de pontos de distribuição de ajuda, alegando que seu comportamento representava uma “ameaça”.

Entre os signatários do comunicado há ONGs da Europa, Estados Unidos e Israel que operam em âmbitos como saúde, alimentação, desenvolvimento e proteção dos direitos humanos.

lba/crb/sdu/tp/jvb/mb/rm/jc