A advogada Rosângela Moro, mulher do ex-ministro Sergio Moro, mostrou, em live na ISTOÉ, realizada na sexta-feira, 17, que a quarentena do casal tem sido muito produtiva. Ela, que acaba de publicar o livro “Doenças Raras e Políticas Públicas: Entender, Acolher e Atender”, tem uma agenda que corre em paralelo à do ex-juiz, que se prepara para novas empreitadas. Rosângela espera a pandemia amainar para fazer o lançamento oficial da obra em São Paulo, Brasília e Curitiba. Já começou a escrever um novo livro sobre os 16 meses em que o marido foi ministro e está, também, inaugurando um instituto com seu nome e que leva a letra M com as cores da bandeira. O que é sintomático, pois Moro simboliza o combate à corrupção, o que despertou projetos em defesa da Pátria.

Lava Jato

Rosângela reconhece a importância do marido para a Lava Jato, mas não o vê como herói. “A Lava Jato não é do Sergio. É uma pauta da sociedade”, diz ela, ao destacar que o casal vai continuar a luta pelo combate à corrupção, mesmo sem cargos no governo. Lembrou que “a corrupção drena o dinheiro que poderia estar sendo usado na Saúde e na Educação.”

A fritura

Sobre o marido ter deixado o governo, Rosângela foi direta. “Era a única coisa que ele tinha a fazer”. Moro pediu demissão depois que Bolsonaro interferiu na PF, fritando-o publicamente. A respeito da falta de um ministro da Saúde, foi incisiva: “ficaríamos mais tranquilos se tivéssemos alguém da área”. Ela nega que vá seguir carreira política.

A vacina está chegando

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O governador João Doria comemorou, na terça-feira, 21, um fato histórico. Esteve no Hospital das Clínicas para dar início à fase 3 dos testes da Coronavac, a vacina contra a Covid que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com o Laboratório Sinovac, da China. Cientificamente, está comprovado que ela é eficaz e vai salvar milhares de vidas em todo o Brasil.

Rápidas

* O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, estava coberto de razão. O número de militares no governo do capitão Bolsonaro mais do que dobrou: eram 2.765 em 2018, e, agora, são 6.157, segundo levantamento feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

* O número de militares com cargos comissionados (funcionários contratados sem concurso e com salários altos) cresceu de 1.934 para 2.643. E isso porque Bolsonaro disse, ao assumir, que acabaria com os comissionados.

* Em ofício enviado ao TCU, a Associação dos Servidores do Ministério do Meio Ambiente afirma que os programas do órgão são incompletos, que aos servidores é imposta uma “mordaça” e que eles são vítimas de assédio moral.

* Enquanto o novo ministro da Educação defende educar as crianças com “dor”, o Brasil soma 11 milhões de analfabetos acima de 15 anos, que, em 2019, não sabiam ler nem escrever. Sem educação, não haverá futuro.

Retrato falado

“É muito temerário organizar o réveillon na Paulista para 1 milhão de pessoas” (Crédito:NELSON ALMEIDA)

O prefeito Bruno Covas desistiu, corretamente, de realizar a festa de fim de ano na Avenida Paulista, como se fazia tradicionalmente, e que levava ao local milhares de pessoas. A aglomeração, certamente, propiciaria a expansão da Covid, que ainda não está sob controle e possivelmente não estará até dezembro, pois ainda não há vacina. O governador João Doria, que conduz com sucesso o Plano São Paulo de Combate à doença, apoiou a iniciativa: “temos que salvar vidas”.

Liberou geral

O alerta feito pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, serviu para deixar o rei nu: a política de Bolsonaro na Saúde é trágica. Por outro lado, obrigou o general Eduardo Pazuello, o xerife do Ministério da Saúde, a destravar os cofres e liberar o dinheiro para o combate ao coronavírus, que já deveria estar sendo usado e estava represado. Depois da bronca de Gilmar, o general liberou, num só dia (terça-feira, 14), R$ 5 bilhões. No dia 1º de julho, o governo dos generais já havia liberado outros R$ 13,8 bilhões para Estados e Municípios. O ministro Gilmar foi cirúrgico. A advertência sobre o Tribunal Internacional de Haia assustou meio mundo.

Barganha

O senador Major Olímpio diz que o governo lhe ofereceu R$ 30 milhões em emendas para o combate à Covid. Ele rejeitou a barganha. Outros 50 senadores e 200 deputados, segundo Olimpio, aceitaram: cada senador recebeu R$ 30 milhões e cada deputado, outros R$ 10 milhões. Pode isso, Gilmar?

Expulsão sumária

Dois deputado estaduais de São Paulo foram expulsos do PSL: Gil Diniz, “o carteiro reaça”,e Douglas Garcia, ligado ao deputado Eduardo Bolsonaro. Ambos são bolsonaristas aloprados e foram colocados para fora do partido pelo qual o presidente se elegeu, mas, agora, é renegado por ele. O PSL paulista quer se livrar do radicalismo bolsonarista.

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Ataques ao STF

Gil Diniz e Douglas Garcia são acusados de participarem de atos antidemocráticos realizados na Esplanada dos Ministérios, até com a presença de Bolsonaro, e de atacarem o Supremo Tribunal Federal. O veredito foi dado pelo deputado Junior Bozzella, presidente do Diretório Estadual do PSL, com base na Comissão de Ética. Até que demorou.

PT à deriva

Zanone Fraissat

Percebendo o naufrágio na disputa pela Prefeitura de São Paulo com Jilmar Tatto, o PT pressiona Lula a impor a candidatura de Haddad. O ex-prefeito não quer saber da ideia. Deseja mesmo é disputar a presidência em 2022. Petistas históricos, como Marilena Chauí e Ricardo Kotscho, apoiarão a chapa Boulos/Erundina (PSOL).

Toma lá dá cá

João Amoêdo, Fundador do Novo (Crédito:Marco Ankosqui)

Como o senhor vê o trabalho do governo no combate ao coronavírus?
Bolsonaro errou integralmente em quase todas as ações no combate à pandemia da Covid-19. O líder da Nação deveria dar o exemplo. Ele atrapalha o processo de combate, com exemplos contrários.

Como assim?
Minimizou o problema, não deu importância à pandemia, achou que era só uma gripezinha. Fora os péssimos exemplos que deu, como não usar máscara e contrariar as medidas do isolamento social. Conduziu a crise de forma esdrúxula.

O presidente tem culpa em razão do alto número de mortes?
Bolsonaro está condenando à morte vários brasileiros, tomando atitudes irresponsáveis no combate à Covid. Falta-lhe coordenação, seriedade e eficácia.