O vice-presidente do PT, Washington Quaquá, disse que pedirá uma investigação contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT), por envolvimento com um suposto funcionário fantasma da Prefeitura de Maricá, no Rio de Janeiro. O dirigente da sigla e atual prefeito do município afirmou que levará o caso à Comissão de Ética do partido.
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Quaquá acusa Anielle de ter ligação com Alex da Mata Barros, ex-assessor da prefeitura de Maricá, que também trabalhou no Ministério da Igualdade Racial. Barros foi contratado pela Pasta em 17 de maio de 2024 para atuar como consultor do Projeto Gente Negra “Reconstrução e Desenvolvimento”.
O vice-presidente do PT sugere que Barros teria sido um funcionário fantasma na gestão municipal e alega ter recebido informações sobre sua suposta atuação irregular na autarquia Serviços de Obras de Maricá (Somar). “Sendo ou não dela, eu mandei abrir inquérito”, disse Quaquá ao portal Metrópoles, acrescentando que sua apuração interna teria confirmado o caso.
A Pasta nega qualquer irregularidade, explicando que a consultoria prestada por Alex foi contratada por meio de um edital do Banco CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), dentro dos padrões internacionais. Em nota, o ministério informou que Anielle “não realizou e não realiza nenhuma seleção para projetos de consultoria ao Ministério da Igualdade Racial”.
Segundo o ministério, o edital de seleção seguiu critérios e padrões internacionais direcionados pelo banco.
“O edital foi devidamente divulgado pelo site do Ministério da Igualdade Racial para conhecimento público e foram analisados currículos e propostas de candidatos que se inscreveram. Os selecionados têm experiência e capacidade técnica compatíveis com o cargo e prestam serviços conforme suas expertise e currículos”, informou a Pasta.
Integrante do mesmo partido da ministra, Quaquá disse que pedirá “comissão de ética pra ela na reunião do diretório nacional”. O vice-presidente do PT relembrou ainda que Anielle acionou o Conselho de Ética do PT para ele próprio, após ter defendido o deputado Chiquinho Brazão.
O petista publicou uma foto no início do ano ao lado da família Brazão e disse acreditar na inocência dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Os dois são réus no Supremo Tribunal Federal (STF) como supostos mandantes do assassinato de Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.
O Estadão entrou em contato com a comunicação da sigla, mas não havia obtido um retorno até a publicação da matéria. O espaço segue aberto.