Quando o post vira polêmica: por que famosas estão na mira das críticas na web?

O recente caso de Carolina Ferraz reacende o debate sobre os desafios da reputação digital e como transformar crises em oportunidade

Quando o post vira polêmica: por que famosas estão na mira das críticas na web?

O que parecia ser apenas um vídeo leve, compartilhando dicas de autocuidado, se transformou em um alvo de críticas nas redes sociais. Aos 57 anos, a atriz e apresentadora Carolina Ferraz publicou no TikTok um conteúdo sobre cuidados com a pele, tema recorrente em seus perfis. No entanto, a publicação ganhou repercussão negativa e desencadeou uma onda de comentários maldosos, expondo, mais uma vez, como a dinâmica digital pode ser hostil, mesmo diante de conteúdos inofensivos.

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O episódio envolvendo Carolina não é isolado. Recentemente, diversas personalidades passaram por situações semelhantes, mostrando que, no ambiente digital, nem sempre há espaço para neutralidade. Qualquer gesto, fala ou aparência pode ser transformado em alvo de julgamentos  muitas vezes, sem contexto ou sem intenção de diálogo.

O peso das redes na reputação digital

Para a especialista em marketing de influência Tatiane Medeiros, da agência Side, o que está em jogo, muitas vezes, não é apenas o conteúdo, mas a percepção do público. E, nesse jogo, a maneira como a pessoa ou marca reage faz toda a diferença.

“A base da postura profissional está no controle emocional e no alinhamento com seus valores de marca. Diante de críticas ofensivas ou mal-intencionadas, o ideal é não reagir impulsivamente. Muitas vezes, o silêncio estratégico é mais poderoso do que uma resposta direta, e quando a resposta é necessária, ela precisa ser firme, respeitosa e alinhada com a imagem que se deseja transmitir”, explica Tatiane.

Da crise à oportunidade: é possível?

Embora o impacto das críticas negativas seja real, especialmente quando viralizam, Tatiane defende que é possível transformar comentários hostis em oportunidades de engajamento e até fortalecimento de imagem.

“Quando bem conduzida, a resposta a um comentário negativo pode gerar identificação e até fortalecer a conexão com o público. Mostrar vulnerabilidade com inteligência e, ao mesmo tempo, posicionamento claro, gera empatia. Um bom exemplo disso foi quando a Bella rebateu críticas sobre seu corpo de forma ponderada, transformando a crítica em uma pauta social relevante. Isso humaniza e aproxima a audiência”, analisa.

Empatia não é fraqueza — é estratégia

Nos dias atuais, responder com empatia se tornou uma poderosa estratégia de comunicação. “Empatia não é sinal de fragilidade é uma forma madura de comunicação. Quando alguém responde com empatia, mostra que está aberta ao diálogo, mas sem abrir mão de seus limites. Deixar claro que determinados comentários ultrapassam o limite do respeito é uma maneira empática de educar o público e, ao mesmo tempo, se proteger”, reforça Tatiane.

O impacto na reputação — e como se proteger

Os comentários negativos, especialmente quando se tornam virais, podem, sim, afetar diretamente a reputação digital de uma pessoa pública ou marca. Contudo, segundo Tatiana, o dano não é automático — ele depende, sobretudo, de como o episódio é gerenciado.

“O gerenciamento de reputação passa por monitoramento constante, respostas estratégicas, transparência e coerência. É preciso estar preparado para agir rápido, mas com responsabilidade. Ter um posicionamento claro e valores bem definidos ajuda a atravessar tempestades com mais estabilidade”, alerta a especialista.

Quando a crítica diz mais sobre quem comenta do que sobre quem posta

O caso de Carolina Ferraz se soma a tantos outros que revelam uma faceta preocupante das redes sociais: a facilidade com que o discurso ofensivo se espalha, muitas vezes disfarçado de “opinião”. Por outro lado, a mesma internet que julga é também o espaço onde a reputação pode ser construída, fortalecida e ressignificada.

E, como aponta Tatiane Medeiros, a chave está em entender que, no ambiente digital, toda exposição é, ao mesmo tempo, oportunidade e risco. Saber navegar por isso não é mais um diferencial — é uma questão de sobrevivência na era da conexão constante.