O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, alertou neste sábado (27) que qualquer “agressão” contra seu país provocaria uma “resposta decisiva”, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter defendido a derrubada de qualquer aeronave russa que violasse o espaço aéreo da Otan.
“A Rússia foi praticamente acusada de planejar um ataque contra países da Otan e a União Europeia”, declarou Lavrov na Assembleia Geral da ONU.
“A Rússia não tem, e nunca teve, tais intenções. Mas qualquer agressão contra meu país desencadeará uma resposta decisiva. Não deve haver dúvidas sobre isso”, acrescentou.
Vários países da Otan alegam que caças e drones russos violaram seu espaço aéreo na Europa nas últimas semanas e acusam Moscou de testar a aliança.
Questionado na terça-feira se acreditava que os países da Otan deveriam derrubar qualquer aeronave russa que violasse seu espaço aéreo, Trump respondeu: “Sim, acredito”.
Trump se gabou de seus laços estreitos com o presidente russo, Vladimir Putin, e o convidou para conversas no Alasca no mês passado, pondo fim ao ostracismo imposto pelo Ocidente ao líder russo desde que ele ordenou a invasão da Ucrânia em 2022.
No entanto, o presidente dos EUA expressou recentemente a sua frustração com Putin. Na ONU, na terça-feira, Trump chegou a sugerir que a Ucrânia poderia não apenas recuperar todo o território que perdeu militarmente para a Rússia, mas “poderia inclusive ir além”.
Neste sábado, Lavrov fez questão de elogiar Trump, que, apesar de seus comentários públicos sobre Putin, ainda não aplicou as novas sanções econômicas que ameaça há muito tempo impor à Rússia.
“No atual governo americano, vemos um desejo não apenas de contribuir para soluções realistas para a crise ucraniana, mas também de desenvolver uma cooperação pragmática sem assumir uma postura ideológica”, disse Lavrov.
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