O governo terá um candidato da base para disputar a eleição presidencial. Taí uma certeza insofismável. A confiança para enfrentar as urnas não deriva das pesquisas. Está atrelada aos sinais de recuperação da economia. O presidente Michel Temer disse na quarta-feira 20 que está “saudável” e não descarta ser candidato à reeleição em 2018. Mas se não for candidato, Temer pode dar as cartas na própria sucessão. Dispõe de um leque de opções. Poderá apoiar o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que já colocou o bloco na rua. Ou dar aval ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não esconde o desejo de ser presidente. Ou endossar, quem sabe, o nome do presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que começa a animar o meio empresarial.

A candidatura de Pedro Parente foi defendida pelo presidente da Embraer, Paulo César de Souza e Silva, em entrevista recente. Paulo César disse que o nome apoiado pelo governo tem de contar com o apoio do mercado empresarial. Na avaliação dele, Parente tem mostrado uma excelente capacidade de gestão à frente da Petrobras. Parente tem sido citado nos bastidores do Palácio do Planalto. Há também a possibilidade de Temer escolher um nome do centro, como o governador Geraldo Alckmin (PSDB), desde que ele, porém, quebre as resistências dentro do PMDB.

Qualquer que seja o escolhido, terá de dar continuidade às reformas, ao projeto de recuperação da economia brasileira e ao controle dos gastos públicos. Esse nome terá, acima de tudo, que defender o legado de Temer. Por isso, Meirelles acredita ser o pré-candidato adequado. O ministro já até contratou uma empresa para cuidar de suas redes sociais. Rodrigo Maia corre por fora. Embora afirme que tentará a reeleição, seus últimos movimentos no sentido de se aproximar novamente de Temer condizem com quem está interessado em entrar na disputa. Passou a defender com unhas e dentes a aprovação da reforma da Previdência. Resta saber se Temer esquecerá as polêmicas que envolveram o presidente da Câmara, acusado de conspirar contra ele nos bastidores. Hoje, as relações se normalizaram. Mas o relógio joga contra. O governo tem menos de quatro meses para escolher um nome.