Após o Irã lançar um ataque sem precedentes a Israel com drones e mísseis na noite de sábado (13/04), as atenções se voltaram para os sistemas de defesa aéreo de israelenses. Segundo militares israelenses, cerca de 200 armas ofensivas, entre drones e mísseis, foram lançados pelo Irã em direção a Israel.

Até a madrugada de domingo, as Forças Armadas de Israel haviam afirmado ter interceptado a “grande maioria” dos mísseis e drones. O país conta com ampla gama de sistemas de defesa aéreo.

Confira a seguir quais são os principais sistemas.

Arrow (Flecha)

Esse sistema desenvolvido em cooperação com os EUA foi projetado para interceptar mísseis de longo alcance, incluindo os tipos de mísseis balísticos que o Irã disse ter lançado no sábado. O Arrow também sido usado atualmente para interceptar mísseis de longo alcance lançados por militantes houthi a partir do Iêmen.

Ele não se destina a interceptar aeronaves militares ou foguetes de artilharia. A primeira bateria Arrow entrou em operação em outubro de 2000. Estima-se que o programa de desenvolvimento da família de sistemas Arrow tenha custado mais de US$ 2 bilhões, com entre 50% e 80% desse valor financiado pelos EUA.

David’s Sling (Estilingue de Davi)

Também desenvolvido em cooperação com os EUA, o David’s Sling foi projeta para interceptar mísseis balísticos de médio alcance – como os usados pelo grupo Hisbolá a partir do Líbano -, aviões inimigos, drones, mísseis balísticos táticos, foguetes de médio a longo alcance e mísseis de cruzeiro.

O sistema interceptador é um míssil de dois estágios, com dois sistemas de mira e orientação.

O David’s Sling entrou em operação em abril de 2017. O nome é uma referência à história bíblica de Davi e Golias. Cada unidade custa cerca de US$ 1 milhão.

Patriot

Esse sistema de fabricação americana é o mais antigo do sistema de defesa antimísseis de Israel.

Ele foi usado durante a Primeira Guerra do Golfo, em 1991, para interceptar mísseis balísticos Scud de fabricação soviética disparados pelo ditador iraquiano Saddam Hussein contra alvos em Tel Aviv e Haifa. Atualmente, o Patriot é usado para abater aeronaves, inclusive drones.

O sistema, que entrou em operação mundo afora nos anos 1980, também é usado por vários países aliados dos EUA, incluindo a Alemanha, que recentemente repassou um de suas baterias para a Ucrânia. Uma bateria de mísseis Patriot pode ter entre seis e oito sistemas lança-mísseis e custa cerca de US$ 1 bilhão.

Domo de Ferro

Mais famoso sistema de defesa de Israel, o Domo de Ferro foi desenvolvido por Israel com amplo apoio financeiro dos EUA. Ele é especializado em abater foguetes de curto alcance, como os que costumam ser lançados pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza. Israel afirma que sua taxa de sucesso é de mais de 90%.

A responsabilidade pelo desenvolvimento do Iron Dome coube a firmas israelenses, sobretudo à Rafael Defense Systems, que começou com o projeto em 2007, segundo informações oficiais. A primeira prova de fogo para o sistema foi em abril de 2011. Na época o Hamas vinha bombardeando violentamente o sul de Israel, durante toda uma semana.

Cada unidade é composta por três rampas de lançamento, um radar e um software de disparo. Se um foguete é lançado, o radar reconhece de que tipo ele é e se ele se dirige a território habitado, comunicando essas informações à unidade de disparo, a qual lança um míssil de defesa. Assim, o projétil inimigo é destruído no ar, como mostram repetidamente os vídeos das Forças Armadas israelenses.

Os dez sistemas atualmente operacionais em Israel são móveis, podendo ser deslocados segundo a necessidade. Segundo o Ministério israelense da Defesa, a cota de sucesso fica em torno de 90%: ela é utilizável mesmo em condições de chuva ou neblina e pode lançar os mísseis a distâncias entre 4 e 70 quilômetros.

Na semana passada, Israel usou pela primeira vez uma variante naval do Domo de Ferro, chama de C-Dome para derrubar um drone que se aproximava do Mar Vermelho, ativando sirenes na cidade portuária de Eilat. Esse sistema, instalado em embarcações militares, entrou em operação em 2022.

Entre 2011 e 2021, os EUA contribuíram com cerca de US$ 1,6 bilhão para o aprimoramento do Domo de Ferro.

Recentemente, durante a guerra entre Israel e o Hamas, o Domo de Ferro interceptou centenas de foguetes do Hamas, segundo os israelenses.

Iron Beam (Feixe de ferro)

Israel está desenvolvendo um novo sistema para interceptar potenciais ameaças com o uso de tecnologia a laser. O governo israelense vem afirmando que esse sistema será um divisor de águas porque é muito mais barato de operar do que os sistemas existentes. No entanto, ele ainda não está operacional.